Varejo cearense avança em quatro segmentos

Considerando o varejo ampliado, a queda no Estado foi de 7,3% ante abril de 2016. O recuo foi maior que em março

Escrito por Redação ,
Legenda: As vendas na atividade de papelaria cresceram 20,1%. Em seguida, aparece o segmento de equipamentos e materiais de escritório, com alta de 10,7%

Após desaceleração no ritmo de queda do varejo ampliado cearense - que agrega materiais de construção e veículos, motos, partes e peças -, a retração do setor voltou a ficar mais intensa. Em abril, as vendas recuaram 7,3% ante igual mês do ano anterior e, em março, nessa mesma base de comparação, o comércio viu uma baixa de 4,6%. Quatro segmentos do varejo impediram uma baixa ainda maior no mês.

Papelaria apresentou uma alta de 20,1% nas vendas do mês, embora ainda acumule queda de 23,6% e de 19,1% no ano e em 12 meses. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, de janeiro a abril, o varejo ampliado acumula baixa de 4,7% nas vendas. Em 12 meses, a variação é negativa em 8,1%.

Além de Papelaria, o grupo que compreende os equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação teve alta de 10,7% nas vendas em abril. O segmento é o único que acumula resultados positivos também no apanhado do ano, com 16,2%, e nos últimos 12 meses (1,3%). Em março, seis segmentos do varejo apresentaram altas mensais.

As vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos avançaram 5,5% no mês e 6,3% no ano, mas acumulam queda de 2,8% nos últimos 12 meses. O segmento que incluem os outros artigos de uso doméstico apresentaram alta de 1% nas vendas mensais e de 1,1% no ano. Nos últimos 12 meses, porém, há recuo de 6,9%.

Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), Severino Ramalho Neto, os números de abril estão associados à sequência de feriados prolongados - foram dois consecutivos. Ele também acredita que isso se deve a alguns segmentos que não tem demonstrado recuperação, como o de móveis. "Nós temos então essa mistura da falta de crédito com a quantidade de feriados nesse mês de abril", avalia.

O subgrupo de móveis apresentou retração de 36,8% em abril e ajudou a puxar para baixo o segmento de móveis e eletrodomésticos, que caiu 22,5% nessa mesma base de comparação. Também contribuíram para o resultado negativo do varejo ampliado os segmentos de combustíveis e lubrificantes (-29,3%); tecido, vestuário e calçados (-9,9%); veículos, motos, partes e peças (-11,1%) e hipermercados e supermercados (-7,6%), que impulsionou a baixa do segmento de supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,1%).

Próximos meses

O presidente da CDL destaca que a polêmica envolvendo o governo do presidente Michel Temer em maio último e que inflamou ainda mais a crise política no País implica "em insegurança e mexe na confiança do consumidor e do próprio empresário".

"Isso dá uma freada, mas nós não estamos sentindo diretamente ainda os efeitos dos fatos políticos, não percebemos reação negativa, economicamente falando", explica, lembrando ainda que está no aguardo dos resultados obtidos pelo comércio no Dia dos Namorados.

Brasil

A queda observada no varejo ampliado cearense está bem acima do resultado a nível nacional. No País, as vendas caíram 0,4% em abril ante igual mês do ano anterior. Nos quatro primeiros meses do ano, a baixa é de 1,8% e, em 12 meses, a queda é 6,3%.

Quanto ao varejo restrito, na comparação entre abril e março deste ano, na série livre de influências sazonais, as vendas cresceram 1%, melhor resultado para abril desde 2006, quando as vendas avançaram 1,1%.

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