'Todo ponto mudado tem que ter compensação fiscal'

Escrito por Redação ,
Legenda: O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deu a declaração após se reunir com o presidente Michel Temer e líderes políticos no Planalto
Foto: Foto: Agência Brasil

Brasília. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem, 11, que todos os pontos que o governo está cedendo na reforma da Previdência têm de ser compensados por outros pontos, para assegurar o equilíbrio fiscal. A declaração foi dada em rápida entrevista após reunião no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer e líderes partidários da Câmara.

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"Estamos trabalhando para fazer uma reforma de fato que tenha condições de assegurar o equilíbrio fiscal e não aumentar a despesas da Previdência como proporção ao PIB. Senão, não conseguimos equilibrar as contas. Não é uma questão de não poder fazer isso versus aquilo. Tudo que se cede um ponto te que compensado em outro. Esse é o problema", afirmou o ministro da Fazenda.

Meirelles admitiu que o governo está "discutindo" estabelecer uma idade mínima de 60 anos para professores, policiais federais e civis e trabalhadores rurais se aposentarem, e não de 65 anos, como previsto para os demais trabalhadores. "Estamos discutindo", disse.

Ele afirmou que o governo federal também está debatendo manter as regras atuais de pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) a pessoas com deficiência.

Mulheres

O ministro da Fazenda reforçou seu posicionamento contra estabelecer uma idade mínima menor para mulheres - ponto bastante questionado desde o início do debate sobre a reforma. A bancada feminina no Congresso cobra que, em vez de 65 anos, a idade mínima para mulheres se aposentarem seja de "no máximo" 63 anos. "Não está na pauta", afirmou Meirelles, acrescentando que a mudança impactaria "bastante" no resultado da reforma esperado pelo governo.

Resistência

Após a reunião com os líderes e o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, o ministro disse acreditar que a resistência dos parlamentares em relação à reforma está diminuindo e que será mais fácil aprová-la no Congresso Nacional. "Acho que vai aprovar", afirmou. Além dos líderes e ministros, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), participou do encontro com Temer e Meirelles.

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