Renda dos domésticos salta 64%, mas não supera Mínimo

Escrito por Redação ,

São Paulo/Brasília. A renda de trabalhadores domésticos cresceu 64% desde 1995, atingindo uma média de R$ 739 em 2015, mas ainda estava abaixo do salário mínimo, que era R$ 788 na época. Os dados estão destacados no estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, divulgado ontem (6) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo se baseia na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O trabalho doméstico era a ocupação de 18% das mulheres negras e 10% das mulheres brancas brasileiras no ano de 2015.

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"Nesse últimos 20 anos, podemos ver algumas tendências interessantes, como o aumento da renda das trabalhadoras domésticas. Só que, ainda assim, em 2015, a média do Brasil não alcançou nem o salário mínimo", diz especialista em políticas públicas e gestão governamental e uma das autoras do trabalho, Natália Fontoura. Dos trabalhadores domésticos, 92% são mulheres, segundo dados do Ministério do Trabalho.

Formalização

O número de trabalhadoras formalizadas também aumentou. Em 1995, 17,8% das empregadas domésticas tinham carteira de trabalho assinada. Em 2015, a proporção de trabalhadores com carteira chegou a 30,4%.

O Ipea destacou ainda a redução de jovens entre as empregadas domésticas. A proporção de empregadas domésticas com até 29 anos de idade caiu mais de 30 pontos porcentuais em 20 anos, indo de 51,5% em 1995 para 16% em 2015, um recuo de 35,5 pontos porcentuais.

Diaristas

De acordo com dados do Ipea, a análise dos dados da Pnad sinalizou ainda uma tendência de aumento na quantidade de diaristas no País.

Em 1995 as empregadas que trabalhavam por diária representavam 18,3% da categoria. Em 2015, 31,7% das domésticas trabalhavam com esse tipo de vínculo empregatício.

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