Preços de produtos vendidos online têm queda de 2,11%

Se a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) avançou 2,95% em 2017, o e-commerce seguiu na direção oposta. Acompanhado pelo índice geral dos preços do e-commerce (Fipe/Buscapé), o setor fechou o ano passado com um comportamento deflacionário, registrando queda de 2,11%. Nesse período, os produtos de telefonia, celulares e smartphones, foram os que apresentaram a maior variação negativa, ficando 12,98% mais baratos.

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Logo atrás estão os itens da categoria de fotografia (câmeras e utensílios), que tiveram queda de 8,55%, seguidos pelo setor de moda e acessórios (-2,13%). Os dados são da pesquisa "Inflação no e-commerce", do site Cuponation, que faz parte do Global Savings Group. Mas segundo Maria Fernanda Antunes Junqueira, CEO do Grupo no Brasil, as explicações para o fenômeno são mais simples do que se possa imaginar. Além da cesta de produtos analisada pelo Fipe/Buscapé ser essencialmente diferente, a tecnologia dos produtos eletrônicos acaba fazendo com que o índice que mede os preços no e-commerce tenha sempre um caráter deflacionário.

"Sempre que a gente tem um novo produto sendo lançado, o preço dos mais antigos acaba caindo. Além disso, as cestas de produtos analisados são diferentes, e a gente sabe que o IPCA leva em consideração itens de alimentação e coisa semelhantes, e isso sempre fica mais caro", analisou Maria Fernanda.

Para ela, é normal para o e-commerce registrar, pelo menos no começo de cada ano, uma alta nos preços em quase todos os setores. No acumulado de 2018 (janeiro e fevereiro), os únicos departamentos que não acompanharam a flutuação do IPCA, que teve alta de 0,61%, foram "Esportes e Lazer" (-2,48%) e "Eletrônicos" (-0,93%). "Telefonia" teve alta de 0,60%, enquanto "Fotografia" registrou elevação de 0,38%, e "Moda e Acessórios" subiu 0,82%.

Confira o infográfico completo da pesquisa clicando aqui.

Normalização

Segundo Maria Fernanda, essa movimentação é reflexo de normalização de preços do setor após um longo período de promoções e saldões no fim do ano, durante a Black Friday, por exemplo. "O que tem segurado o preço para itens de esportes é que muitas lojas aproveitam o começo do ano para limpar estoque e trazer novas coleções, mas os outros setores acabam subindo os preços depois do período de promoções", comentou.

Apesar do comportamento deflacionário do índice, a diretora do Global Savings não espera que o Fipe/Buscapé termine 2018 no mesmo patamar de 2017, mesmo que ainda mantenha-se abaixo da inflação medida pelo IPCA. Um dos fatores que deve influenciar o comportamento do índice é o cenário político durante as eleições presidenciais. "2018 deve ser um ano de muita instabilidade, mas acreditamos que o índice de preços do e-commerce deva fechar o ano mais uma vez em queda, mas mais próximo da estabilidade, sem variação".