Prazo é insuficiente para concluir todas as obras

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Redação producaodiario@svm.com.br
Legenda: A demora na ampliação e duplicação da BR-222, explica o professor Carlos Manta Pinto de Araújo, sinaliza a possibilidade de aquela região se tornar um gargalo em um breve espaço de tempo
Foto: FOTO: NATASHA MOTA

Burocracias, cancelamento de licitações, aprovações de contas, entre outros processos que costumam atrapalhar a velocidade das obras no País, são também os fatores que tornam insuficiente o prazo delimitado no projeto Nordeste Competitivo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para a melhoria da logística no Ceará e demais estados da região. A avaliação é do mestre em Engenharia de Produção e professor do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará (UFC), Carlos Manta Pinto de Araújo, que acrescenta, ainda, o elemento financeiro como outra dificuldade para a execução dessas obras no intervalo sugerido.

"O período de 2012 a 2020, apenas oito anos, representa um intervalo de tempo otimista", estabelece o professor. Além da questão dos trâmites, que envolvem licenças, aprovações e apresentações de todos os projetos, acrescenta, "como os orçamentos das obras não são previamente examinados pela Controladoria Geral da União, e em alguns casos são interrompidas até que este Órgão se certifique, isto leva tempo".

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Algumas obras, segundo ele, mesmo que iniciadas dentro do prazo, passarão a ter um ritmo mais lento, ou poderão ser suspensas devido à necessidade de ajustes financeiros, que vêm sendo feito pelo Governo Federal. "Ao nível estadual, a pressão financeira no pagamento de encargos financeiros de dívidas com a União vem estrangulando os orçamentos dos estados", diz.

A lista de obras sugerida pelo estudo da CNI, avalia Araújo, elaborada em 2012, já necessitaria de alguns acréscimos, como a conclusão das obras de ampliação e duplicação da BR-222, que "sinaliza a possibilidade de em breve espaço de tempo se tornar um gargalo".

Entraves

Os principais entraves logísticos do Estado, explica Araújo, decorrem da falta de entrosamento entre os atores aliada às condições de trafegabilidade nas vias terrestres. "Estes dificultadores no processo logístico é que acabam resultando em um tempo de atravessamento (lead time) além do que seria razoável", afirma. Acrescentando-se a isso o trâmite de desembaraço na entrada e saída de mercadorias, a capacidade de competição com demais regiões e mesmo países, é quase nula.

Os caminhos possíveis para a resolução desses problemas, na avaliação do professor, envolvem um melhor planejamento de longo prazo e até a capacitação dos jovens na área técnica profissional. (JC)

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