Em 20 anos, é preciso aplicar R$ 12 bi no Estado

Para promover a integração dos dois portos do Estado (Pecém e Mucuripe), melhorar as condições e a interligação entre as estradas e rodovias, fortalecer a atuação dos aeroportos regionais, entre outras medidas que resolveriam todos - ou pelo menos boa parte - dos problemas de logística e transporte do Ceará, seriam necessários, dentro de 20 anos, cerca de R$ 12 bilhões.

A estimativa é do próprio Governo do Estado, que, para conseguir executar essas medidas, deve ainda propor parcerias com a iniciativa privada e abrir algumas obras para o sistema de concessão.

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Esse orçamento foi delimitado a partir do Plano Estadual de Logística e Transporte (Pelt), elaborado pela Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), em parceria com a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece) e apresentado no início deste ano. "A gente imagina que com esses R$ 12 bilhões teria uma melhoria que iria nos colocar entre os melhores do Brasil, mas esse valor em 20 anos é um recurso que o Estado não vai dispor com facilidade", explica o titular da Seinfra, André Facó.

Assim como o levantamento Nordeste Competitivo, realizado em 2012 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) - e que serviu como uma das bases de dados para o Pelt - , o estudo do Governo elencou uma série de medidas que deveriam ser realizadas para otimizar a logística estadual, mas elegeu algumas que podem ser feitas por meio de parcerias público-privadas ou mesmo por concessões.

As obras de infraestrutura social, esclarece o secretário, que são aquelas cuja principal função é melhorar o bem estar da população, seriam de responsabilidade total do governo, enquanto as de infraestrutura econômica, mais voltadas para o desenvolvimento financeiro, seriam divididas com a iniciativa privada.

"Fazer a ligação entre distritos que não têm potencial econômico grande, mas para que as pessoas tenham acesso a serviços básicos, é uma obra de infraestrutura social, mas uma estrada ligando um polo produtor à região do Pecém vai ter um viés econômico", exemplifica Facó, definindo os limites entre o que deve caber exclusivamente ao governo e o que pode ser negociado com empresários.

31 projetos já apontados

De acordo com o secretário, há dois meses a pasta tem trabalhado na seleção de projetos e, durante o mês de novembro, eles terão o auxílio de uma consultoria para definir quais ações serão apresentadas para o interesse de concessão.

"Nós já selecionamos 31 projetos, mas eles podem ou não participar dessa primeira rodada. Após a seleção oficial, eles irão para apresentação de interesses ou leilão, que a gente estima fazer no primeiro trimestre do próximo ano", adianta Facó.

Para as rodadas de apresentação dos projetos à iniciativa privada, a Seinfra tem trabalhado com dois eixos, acrescenta o secretário: os projetos greefield, que terão de ser construídos do zero, e os brownfield, que já existem e serão potencializados.

"Nessa primeira rodada, a gente possivelmente vai levar os ativos já existentes em busca de ampliação, como o Centro de Eventos e o Acquario Ceará", cita o secretário, sem revelar, no entanto, nenhuma das obras do eixo greenfield.

O plano

Elaborado pelo governo estadual em 2012, com dados de organizações não governamentais e entidades de classe, o Pelt faz um diagnóstico dos diversos modais de transporte no Ceará, acompanhado de recomendações dos investimentos, visando o desenvolvimento do setor nos próximos 25 anos. (JC)

Melhoria

"A gente imagina que com esses R$ 12 bilhões teria uma melhoria que iria nos colocar entre os melhores do Brasil"

André Facó
Secretário de Infraestrutura do Ceará