População que contribui para Previdência cai em 1,1 mi

Escrito por Redação ,
Legenda: O ministro da Fazenda disse que "já houve muita negociação e já foram feitas mudanças pelo relator" da proposta de Reforma
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Brasília/Rio. A redução no total de postos de trabalho com carteira assinada no País diminuiu o porcentual de ocupados que contribui para a Previdência Social. A fatia de contribuintes da Previdência na população ocupada caiu de uma média de 65,5% em 2016 para 64,1% em 2017, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados, ontem (31), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A população de ocupados que contribui para a Previdência brasileira passou de 59,210 milhões em 2016 para 58,114 milhões no ano passado, 1,1 milhão de pessoas a menos.

"Houve aumento de empregos sem carteira, de trabalhadores por conta própria e de emprego doméstico. Por mais que seja uma forma de sobrevivência, essas pessoas não estão contribuindo para a Previdência. Não é bom para a pessoa, não é bom para o País, não é bom para ninguém", ressaltou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

A redução da formalização do emprego e a maior insegurança sobre a renda familiar também reduzem o ímpeto de contribuição de quem trabalha na informalidade, acrescentou Azeredo.

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Reforma

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, repetiu, ontem (31), que a expectativa de todos os economistas é de que 2018 terá crescimento mais forte que o do ano passado. Segundo ele, os investimentos devem ser retomados neste ano. "Na medida em que tivermos fiscal controlado, sobrará mais recursos para investimentos. Com o passar do tempo, a população irá sentir melhora na economia", afirmou, em entrevista à Rádio Verdes Mares. O ministro da Fazenda também voltou a dizer que confia na aprovação da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados e sinalizou ainda que o governo respeitará eventuais mudanças que os deputados façam na proposta que está no plenário.

"Já houve muita negociação e já foram feitas mudanças pelo relator. Hoje temos substitutivo que já reflete muitas dessas negociações e julgamos esse projeto adequado, correto e já bastante equilibrado, atendendo o interesse de todos", avaliou. Meirelles lembrou, porém, que o Congresso é soberano para discutir e aprovar o projeto que tiver maioria. "Não se trata de dizer quais pontos são negociáveis. Estamos defendendo o projeto atual e mostrando importância dele. Evidentemente, o Congresso pode introduzir mudanças, que respeitaremos completamente", acrescentou.

Candidatura

O ministro da Fazenda repetiu que só decidirá sobre sua candidatura à Presidência da República no final de março e não condicionou essa decisão à aprovação da reforma da Previdência agora em fevereiro. "A reforma da Previdência é importante não para candidatura, mas para o Brasil", respondeu. "Hoje minha atenção está concentrada 100% no trabalho como ministro da Fazenda", enfatizou.

Questionado sobre a declaração do líder de seu partido na Câmara dos Deputados, Domingos Neto, de que o ministro precisa "se mexer" para estar à frente da disputa presidencial, Meirelles disse que irá procurar mais parlamentares após decidir se irá ser candidato, mas também deu a entender que já está trabalhando neste sentido.

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