Páscoa vai gerar 25 mil empregos temporários

O número de vagas é menor que em 2016, mas o setor acredita que o resultado nessa época do ano será melhor

Escrito por Yohanna Pinheiro - Repórter ,
Legenda: Entre as oportunidades de trabalho temporário que serão criadas para o País no período, aproximadamente 15% serão para a produção de chocolates, enquanto 85% serão para a promoção e cadeia de venda

São Paulo. Principal época para a indústria brasileira de chocolates, a produção de ovos de Páscoa deve gerar uma média de 25 mil empregos temporários em todo o País para atender à demanda do mercado, sendo 15% para a produção e 85% para promoção e cadeia de venda. O número de vagas estimada representa uma queda de 16% em relação ao ano passado, quando foram contratados cerca de 29 mil temporários no Brasil.

De acordo com Afonso Champi, vice-presidente de Chocolate da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), mesmo com a redução de temporários, a expectativa do setor é que as vendas para a data sejam melhores que no ano passado. Segundo ele, 2016 foi atípico também em relação às contratações, além do imbróglio político e da data mais próxima ao início do ano.

"Se for pegar a média histórica dos últimos anos, (a contratação de temporários) fica em torno de 22 mil a 25 mil. O que nos dá muita confiança para este ano é que, de janeiro a setembro de 2016, o setor cresceu 13% em relação a 2015", informou o vice-presidente. "Apesar do momento adverso, tivemos importantes resultados e, agora, olhamos com grande confiança para o que está por vir".

As informações foram divulgadas ontem pela Abicab, no Salão de Páscoa 2017, em São Paulo, onde foram apresentados os resultados por setor e os lançamentos do segmento para este ano. O evento reuniu 9 marcas dos maiores fabricantes do País, que apresentaram 120 lançamentos entre ovos de Páscoa e outros produtos temáticos. Foram elas: Arcor, Cacau Show, Chocolates Brasil Cacau, Ferrero, Garoto, Kopenhagen, Lacta, Nestlé e Village.

Espaço para crescer

De acordo com o presidente da Abicab, Ubiracy Fonseca, o Brasil possui a maior Páscoa do mundo em tonelagem produzida e em número de ovos, além de ser o quinto maior consumidor de chocolate no mundo. Ainda assim, ele reconhece que há espaço para que o mercado cresça, uma vez que a média de consumo por habitante é de 2,5kg por ano e, em mercados mais maduros, como o europeu, é de até 8 kg por ano.

"Por regiões, o Sul ainda é o principal consumidor do País, com média de 4,4kg por habitante ao ano. Outras regiões, como o Nordeste, está em torno de 2,5 kg, 1,2kg em algumas regiões. Tem espaço para crescer", avalia Champi. "Mas é um mercado que tem características particulares que demandam uma cadeia mais complexa, já que com as temperaturas médias altas significa ter um ponto de venda também climatizado".

Exportação

Representando o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), o presidente Luiz Augusto Ferreira, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), destacou que as exportações do setor passaram de US$ 375 milhões em 2015 para quase US$ 440 milhões no ano passado, um crescimento de cerca de 17%. "Esses mais de 100 países para qual o setor exporta trazem importantes divisas para o País, ainda mais nesse momento que vivemos", destacou.

Lendo o discurso que seria feito pelo ministro Marcos Pereira, do Mdic, Ferreira destacou que o Ministério está realizando um trabalho para identificar gargalos para o setor e criar políticas para o fortalecimento das cadeias do cacau e do chocolate. "Já determinei (Marcos Pereira) a criação de um grupo de trabalho para que possamos avançar de forma séria e pragmática nos assuntos de interesse do setor", pontuou o presidente da ABDI.

*A repórter viajou a convite da Abicab

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