Para analistas, aumento é questão de tempo
São Paulo. O economista-chefe da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira, avalia que as declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre a possibilidade de o governo recorrer a aumento de impostos para cobrir o buraco das contas públicas, não deixam dúvidas de que a carga tributária vai subir.
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.'Se houver alta de imposto, será a menor possível'
Para Marco Antonio Caruso, economista do Banco Pine, o rombo anunciado pelo governo na última quarta-feira, de R$ 58,168 bilhões, mostra que a situação fiscal não é fácil. "Cortar quase R$ 60 bilhões de um orçamento já bastante apertado é difícil", comenta. Segundo ele, o governo terá de elevar impostos. "Não tem para onde correr".
Opções limitadas
Mas, para o analista, as opções do governo federal para a elevação de impostos são limitadas, tendo em vista que algumas medidas exigiriam um prazo longo para poder entrar em vigor. Segundo ele a elevação da Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) e do PIS/Cofins, que pode ser feita no curto prazo, tem efeito baixo na arrecadação.
Tributo
A dúvida agora reside em qual imposto será mexido, disse, Para ele, aumentos na Cide - o imposto dos combustíveis - e a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) são opções com boa chance de serem anunciadas. "Agora é questão de tempo para o governo anunciar qual tributo vai subir", afirma Caruso.
O economista-chefe do Banco Safra e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, disse economista avaliou que essa será uma decisão de governo. "Se o governo achar que o contingenciamento é muito alto e que precisa de contribuição da receita, pode aumentar tributos", afirmou. "Temos de esperar até a próxima semana", acrescenta.