'Petrobras está em firme recuperação'

Presidente da estatal pediu mudanças na política de conteúdo local e disse que está ao lado da indústria

Escrito por Redação ,

Rio. A Petrobras está em "trajetória firme de recuperação", mas ainda há uma distância até que as metas de recuperação sejam completamente cumpridas, afirmou o presidente da companhia, Pedro Parente, ontem (24), em palestra de abertura da Rio Oil & Gas, no Riocentro.

>Parceria com Grupo Total é ampliada

>Nova empresa irá controlar refinarias

Segundo ele, os dois últimos anos foram os piores da história da companhia. Mas, medidas foram tomadas para reverter esse cenário, como a formação de um novo conselho e nova diretoria e um programa de desinvestimento "ambicioso", disse Parente.

O executivo elogiou a decisão do Congresso de acabar com a exclusividade da operação no pré-sal da Petrobras e abrir a liderança da região para outras petroleiras. De acordo com ele, sem essa medida, o investimento no setor seria retardado, porque a Petrobras não teria como arcar. "O pré-sal deve atrair bilhões em investimento nos próximos anos, da Petrobras e da iniciativa privada", disse.

Mudança

O presidente da estatal ainda pediu mudanças na política de conteúdo local, para que os fabricantes de equipamentos nacionais sejam premiados pela competitividade e não tenham reserva de mercado. De acordo com Pedro Parente, a Petrobras está ao lado da indústria local.

"O que mais geraria emprego e renda? Produzir apenas para as empresas daqui no mercado fechado ou fornecer para exportações", questionou.

Culpa

O presidente da Petrobras disse ainda que focou na segurança do mercado ao provisionar custos e fechar acordos com acionistas que recorreram à Justiça dos Estados Unidos contra a empresa. "Os acordos não são um reconhecimento de culpa", enfatizou Pedro Parente.

Em fato relevante divulgado na última sexta-feira (21), a empresa informou que o seu conselho de administração aprovou a celebração de acordo para encerrar quatro ações individuais na Justiça norte-americana.

Os processos são movidos por acionistas que se sentiram lesados pela companhia após vir à tona o esquema de corrupção revelado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A empresa informou também que provisionou US$ 353 milhões. O número constará no balanço do terceiro trimestre da estatal.

Essa provisão, no entanto, não diz respeito apenas ao acordo firmado com os quatro acionistas, anunciado na última sexta-feira. Ele poderá ser usado para o pagamento de outros acordos que venham a ser firmados em casos semelhantes, de processos movidos individualmente por acionistas que se sentiram lesados pela empresa por causa da corrupção.

Já as ações conjuntas, movidas por um grupo de investidores, não estão contempladas nessa provisão.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.