Indústria cearense emprega menos e tem pior desempenho entre nordestinos pesquisados
No ano, emprego industrial no Estado acumula recuos no ano e apresenta resultados piores do que os de Pernambuco e Bahia
As vagas continuam diminuindo na indústria cearense, que, em agosto, chegou a empregar 3,3% menos que o mesmo mês do ano passado. Em 2014, o recuo já chega a 1,8%. Os números são os piores entre os estados nordestinos pesquisados, segundo atestou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na manhã de hoje.
Enquanto Pernambuco ostenta uma alta de 1% (único estado com números positivos no ano), a Bahia amarga redução de 1,7%, o que, somados aos números cearenses, resultam em -1,3% menos de emprego industrial no Nordeste.
O cenário também não é diferente quando a comparação são os resultados mensais, nos quais as vagas na indústria cearense amargam queda de 3,3%, enquanto o emprego na Bahia cai 0,5% e o de Pernambuco cresceu 0,6%.
Transformação e calçados puxam queda
A baixa geração de empregos no Ceará, segundo atesta a Pesquisa Industrial Mensal do Emprego e Salário (Pimes) é puxada, principalmente, pela indústria de transformação, a qual apontou menos 3,28% vagas em agosto.
Responsável por uma das maiores forças de trabalho do setor no Estado, a indústria de calçados e couro foi a segunda que mais retraiu no que diz respeito ao emprego, com menos 1,70%.
Recuo pelo quinto mês seguido no País
Pelo quinto mês seguido, o emprego na indústria caiu na esteira da menor confiança dos empresários do setor e na crise que o ramo atravessa, com previsão de queda na produção neste ano.
Em agosto de 2014, o pessoal ocupado na indústria caiu 0,4% frente a julho. Nesses cinco meses de queda, o emprego acumula uma perda de 2,9%. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (10) pelo IBGE.
Em relação a agosto de 2013, o emprego industrial mostrou queda de 3,6%. Trata-se do 35º resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação. Com isso, o índice acumulado de janeiro a agosto também se mantém que retração (-2,7%), com ainda ritmo mais intenso do que o observado no fechamento do primeiro semestre (-2,4%), ressalta do IBGE.
O índice acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 2,4% em agosto, manteve a trajetória descendente iniciada em setembro do ano passado (-1,0%)", destaca o IBGE. Com maior rotatividade do mercado de trabalho e ocupação em desaceleração, a renda dos trabalhadores do setor caiu 1,6% em relação a agosto de 2013, embora tenha crescido 0,5% frente a julho, na comparação mensal. O fraco resultado zerou o aumento do rendimento em 12 meses, que ainda vinha ligeiramente positivo.