Encontro do Brics deixa executivos otimistas

Oportunidades de expansão e empréstimo com novo banco do bloco são pontos positivos da Cúpula

Escrito por Isabel Filgueiras ,

Empresários e investidores dos cinco países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reuniram no Fórum de Negócios do bloco no Centro de Eventos de Fortaleza, na tarde desta segunda-feira (14). Ainda que a maioria reclame de divergências bilaterais, o empresariado nacional e internacional está confiante que o encontro deste ano trará benefícios para as relações comerciais de todos os membros.

Participante da mesa de discussão "Comércio, investimento, facilitação de viagens e regulação", o diretor executivo da BRF, Marcos Jank, acredita que o encontro é uma oportunidade para formar novas sociedades entre empresas dos países do Brics. Desta forma, segundo ele, seria possível gerar ganhos mútuos para todos.

A gerente regional chinesa da Hexing, Mavis Fu, está ansiosa para o começo das negociações corporativas mediadas pela organização da Cúpula. “É sempre bom ter um espaço de conversa entre executivos, em especial, em um mercado amplo como o dos Brics”, diz. A Eletra Energy, empresa do Grupo Hexing, é a única fábrica de medidores de energia no Ceará. Implantada em 2010, a companhia já fornece o produto para cerca de 80% dos provedores de energia do Brasil, inclusive para a Coelce.

A empresária do ramo de móveis e jóias indianas, Aditti Tandon, espera encontrar parceiros que possibilitem a expansão dos negócios para a África do Sul.  Após o sucesso do porto Duty Free aberto há dois anos em Montevidéu, a empresa Solemn quer conquistar a clientela africana. Há 22 anos no mercado de artigos de design diferenciado, Tadon não teme a concorrência. “São produtos de design tipicamente indiano. Além de expandir os negócios, também disseminamos nossa cultura", explica.

Com um orçamento total de US$150 bilhões, a criação do banco do Brics gera expectativas em empresas menores como a Mototrax. A companhia atua no Brasil há 11 anos com comércio e manufatura de motocicletas. As vendas anuais saltaram de 40 unidades para 30 mil desde sua implantação no País em 2003. "Esse novo fundo monetário será muito bom para nós. É a oportunidade que estávamos esperando", diz o diretor comercial da Moto Traxx no Brasil, Zhang Jin.

Facilitação do fluxo de negócios

Durante a abertura do Fórum de Negócios do Brics, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, anunciou que a CNI enviará um documento com 42 sugestões de melhorias para todos os presidenciáveis. A proposta foca em dez itens que auxiliariam no crescimento econômico do País. Na lista de ideias, estão mudanças nas relações trabalhistas, investimento em infraestrutura e desenvolvimento do mercado nacional.

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