Conselho de Empresários sugere troca de moedas entre países de forma direta pelo Brics

Cúpula do bloco econômico internacional teve início na tarde desta segunda-feira (14) em Fortaleza

Escrito por Nayana Siebra ,

O Conselho de Empresários do Brics irá entregar um documento que contém soluções de temas comuns aos cinco países para os chefes de estado que se reunirão, na próxima terça-feira (15), na VI Cúpula do Brics, que ocorre em Fortaleza. Dentre os assuntos debatidos, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, destaca acordos propostos para ajudar no lançamento do Banco de Desenvolvimento do bloco.

Dentre as sugestões que os empresários estão colocando ao governo, a troca de moedas entre os países aparece como uma alternativa para facilitar as transações. O representante do conselho, Rubens De La Rosa, explica que esse câmbio reduziria o custo das transações. Por exemplo, se uma empresa faz negócio com uma companhia chinesa, ela não precisaria mais trocar a moeda por dólar e depois trocar por yuan. 

Já Robson Braga ressalta que com a criação do banco, as empresas poderão ter um mecanismo de financiamento internacional com garantias dadas pelas suas matrizes dos países de origem. O presidente da CNI explica que esse mecanismo é fundamental para facilitar os investimentos empresariais no exterior.

“Tenho a expectativa de que iremos avançar nos acordos para lançar o Banco de Desenvolvimento do Brics. Isso é muito importante para todas as empresas dos cinco países, principalmente, por permitir que os investimentos de um país em outro do Brics possam ter mecanismos de financiamentos internacional com garantia das suas matrizes. É muito difícil para qualquer empresa investir lá fora com seus próprios recursos”, afirma Braga.

Cooperação pode aumentar investimentos em outros países

O documento elaborado pelo Conselho Empresarial tem como objetivo a cooperação entre os países e prevê soluções comuns. Um exemplo dessas soluções é a facilitação dos vistos para entrada nos países. Outro exemplo citado pelo presidente da CNI é a melhora na comunicação entre os integrantes do Brics.

Além dos avanços propostos, o representante do conselho explica que os negócios podem ser expandidos para além dos países membros do Brics. Rubens De La Rosa fala que com os financiamentos, um determinado país pode investir tanto nos outros do bloco como em países fora do grupo. Como exemplo, Rosa cita a África do Sul que se propõe a ser porta de entrada para as negociações no continente e lembra da participação de países da América Latina no encontro deste ano.

Conselho de Empresários tem um ano de atuação

O Conselho de Empresários do Brics foi criado em março de 2013, em Johhanesburgo, durante a V Cúpula e é formado por 25 empresários, sendo cinco de cada país membro do Brics.

Argentina não se encaixa no Brics, diz presidente do CNI

Questionado pela imprensa sobre a entrada da Argentina no Brics, o presidente da CNI afirmou que o país sul-americano não se encaixa no perfil do grupo. Robson Braga explica que problemas econômicos, falta de segurança jurídica e problemas diplomáticos afastam a Argentina do bloco de países em desenvolvimento. 

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