Obras do Data Center atingem 40%; operação até maio

Perspectiva da Angola Cables é que o empreendimento esteja 70% vendido ao iniciar o funcionamento

Escrito por Hugo Renan do Nascimento - Repórter ,

Com 40% das obras concluídas, o Data Center da Angola Cables, localizado na Praia do Futuro, em Fortaleza, já tem perspectiva de estar 70% vendido ao iniciar as operações entre abril e maio deste ano. A informação foi confirmada pelo CEO da Angola Cables Brasil, Rafael Pistono.

"Nesta primeira fase, nós estamos com a construção do centro de operação e da estação do Sacs (South Atlantic Cable System), que interligará Fortaleza a Luanda. Este cabo deve chegar a Fortaleza até o fim deste mês, vai depender de alguns fatores. No caso do cabo Monet, que já está em operação, falta apenas a conclusão da estação, que se encontra em 90% das obras", afirma Rafael Pistono.

Segundo ele, o objetivo é chegar em quatro fases quando finalmente toda estrutura estará interligada, podendo receber cabos de outras empresas. "Haverá uma interconectividade no processamento de dados, com amparo à banda larga", acrescenta.

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Empregos

O Data Center de Fortaleza emprega atualmente oito pessoas ligadas à área técnica, mas quando for iniciada a operação, o centro deverá empregar até 50 pessoas. "Indiretamente, serão 700 empregos, de acordo com um estudo que nós fizemos no início do negócio".

Conforme o estudo da companhia, a consolidação do Parque, que abrigará várias empresas do segmento, trará um incremento de aproximadamente R$ 1 bilhão para o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Ceará no ano de 2055.

Ainda de acordo com Pistono, a ideia da Angola Cables é expandir as operações para a Amazônia e outras capitais da região Nordeste. "A empresa vem fazendo estudos com o seu corpo técnico. Até aqui, a gente não pode perder o foco e temos que primeiramente terminar o Data Center de Fortaleza", avalia.

O CEO da companhia afirma também que o objetivo é tornar Fortaleza referência no mundo no setor de telecomunicação. "Nós temos de garantir a nossa proposta, quebrar os paradigmas das telecomunicações e trazer essa tecnologia para o Atlântico Sul", diz.

Sacs

Com lançamento previsto até o fim deste mês, o Sacs é o primeiro cabo de fibra óptica submarino que ligará os continentes africano e sul-americano. A promessa da Angola Cables é que a latência- tempo necessário para que dados ir de um ponto designado para outro - tenha uma melhora significativa para os clientes do varejo intercontinental de telecomunicações, o equivalente a cinco vezes menor do que é atualmente, segundo estima a empresa de telecom.

Investimento

A Capital é um dos pontos de conexão do Sacs, que irá interligar Fortaleza a Luanda, capital da Angola. Além do Monet e do Sacs, cujos aportes são da ordem de US$ 110 milhões e US$ 160 milhões, a Angola Cables está investindo US$ 30 milhões em Fortaleza. O montante engloba a construção de duas estações para abrigar os cabos, o Data Center e a compra de equipamentos.

Extensão dos cabos

O Monet possui 10,6 mil quilômetros de extensão e capacidade de transmissão máxima de 60 terabits por segundo (Tbps). O foco é operar os dados do Monet, cabo projetado pela empresa africana juntamente com o Google, Antel e Algar Telecom, que conecta Fortaleza a Santos, em São Paulo, e Miami, nos Estados Unidos.

Já o cabo Sacs tem capacidade de transmissão de 40 Tbps e deverá ser o primeiro cabo submarino do Atlântico Sul com 6 mil km. O equipamento irá transmitir informações em 63 milissegundos, velocidade equivalente a um "piscar de olhos".

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