Obras da Integração do São Francisco 24 horas

Transposição era vista como abandonada pelos empresários, que mudaram de opinião após visita

Escrito por Redação ,
Legenda: Encontro do ministro da Integração, Francisco Teixeira, com os empresários do Ceará aconteceu nas obras da Transposição em Pernambuco
Foto: Foto: Roberto Crispim

Iniciadas em 2007, com paralisações frequentes e orçamento praticamente duplicado, de R$ 4,5 bilhões para mais de R$ 8 bilhões, as obras do projeto de Integração do Rio São Francisco, voltam finalmente a ganhar ritmo e começam aos poucos a mudar o conceito de parcela do empresariado, de que não ficariam prontas, a exemplo de outras realizadas pelo atual governo.

Por todo o dia de ontem, uma comitiva formada por cerca de 30 empresários nordestinos foi conhecer e checar, "in loco", juntamente com o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, o andamento da construção de duas Estações de Bombeamento (EBI-1 e 3), entre Cabrobó (PE) e Salgueiro (PE), e a barragem Jati, em Jati (CE), localizadas no Eixo Norte.

Pela avaliação do grupo de empresários, todos ligados à Federação da Indústria do Ceará (Fiec), as imagens das obras visitadas surpreenderam, pela magnitude do projeto, pelo número de máquinas envolvidas, cerca de 2.500, e 9.500 trabalhadores contratados para atuação nas diversas áreas. "Temos dois mil trabalhadores atuando neste trecho. Chegaremos a mais de três mil em abril e mais de dez mil no total do projeto. A obra está totalmente mobilizada, para concluir em 2015", afirmou Teixeira, ao recepcionar a comitiva, em Cabrobó.

Celeiro agrícola

"A nossa imagem inicial era de uma obra abandonada, mas com o que vimos, nossa opinião (dos grupo de empresários) mudou totalmente", declarou o vice-presidente da Fiec, o empresário agropecuarista, Carlos Prado, ao fim da visita, na tarde de ontem. Para ele, pelo ritmo em que se encontra, "essa é uma obra irreversível e que será de grande importância para a agricultura cearense, porque o período que mais chove ao longo do rio, é exatamente entre os meses de outubro e março, os mais secos no Interior do Ceará".

Opinião semelhante tem o presidente eleito da Fiec, o empresário Beto Studart, para quem "a transposição pode significar a redenção do Nordeste, não apenas porque irá levar água para 12 milhões de pessoas, mas também pela possibilidade de transformar a região em um novo celeiro agrícola".

Obra de Estado

Empresário da construção civil, o presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro, também fez avaliação positiva das obras que visitou. Segundo ele, se o ritmo atual for mantido, com 9.500 operários trabalhando e 2.500 máquinas em operação, até 2015, as obras estarão certamente concluídas.

"Vimos que a obra está sendo tocada a todo vapor, mas é importante que a sociedade continue fiscalizando, com visitas a cada três meses, para que o cronograma seja cumprido e que não seja interrompido após as eleições, seja quem for o novo presidente eleito", alerta o diretor Financeiro da Fiec, Carlos Gamas. "Essa é uma obra de Estado e não de um governo", adverte.

Paralisação prevista

A visita dos empresários foi iniciada pela Estação de Bombeamento (EBI 1 e 3), cujas bombas começaram a ser instaladas neste mês. Cada equipamento (bomba) pesa cerca de 100 toneladas. Ao todo, três elevatórias estão em construção, 24 horas por dia, entre os municípios pernambucanos de Salgueiro e Cabrobó.

As estruturas vão elevar a água a 176 metros acima do nível do rio São Francisco, conduzindo-a pelos canais que vão beneficiar os Estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba. Já a Barragem Jati, segunda etapa da visita, no município homônimo, na região sul do Ceará, integra um conjunto de seis barragens que serão construídas na Meta 2N do empreendimento.

Apesar da aparente tranquilidade no dia de ontem, operários que trabalham nos canteiros de obras nos municípios de Jati e Brejo Santo, na região Sul do Estado, ameaçam paralisar as atividades a partir da próxima segunda-feira. Eles cobram da empresa responsável pela obra, Serveng Engenharia, respostas para os pleitos relativos à campanha salarial de 2014.

Carlos Eugênio
Repórter

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