Medida traz risco a todos os funcionários, diz Sindicato

Escrito por Redação ,
Legenda: Sindicato afirma que redução de agências ocorre em locais que mais precisam de gente
Foto: Foto: Reinaldo Jorge

Fortaleza/São Paulo. Representantes do Sindicato do Bancários do Ceará e de outras entidades representativas no País viajaram ontem a São Paulo para se reunir na Confederação Nacional Trabalhadores Ramo Financeiro (Contraf). Hoje, às 10h, as entidades têm um encontro marcado com a diretoria do Banco do Brasil (BB) para cobrar mais informações a respeito do impacto da reestruturação na rotina dos trabalhadores e no atendimento à população.

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De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, as medidas anunciadas pelo banco trazem riscos a todos os funcionários. "É uma linha de reduzir o Banco do Brasil, o quadro funcional, as agências, para potencializar um lucro em cima do atendimento de quem é rico, fragilizando o atendimento de quem é pobre. Somos contra. Queremos que o banco cumpra seu papel social", destacou.

Na avaliação do economista Henrique Marinho, a atitude do banco vai contra a política de interiorização do atendimento, sobretudo com o fechamento de agências no interior dos estados. "Para o País, como um todo, é ruim, pois é uma instituição que faz com que o crédito chegue à toda a população", pontuou.

Ele aponta que a iniciativa de incentivar a aposentadoria de funcionários irá atingir pessoas que custam mais ao banco. "Eles vão trocar os trabalhadores que têm maior custo e, provavelmente, mais na frente façam concurso para pagar menos. A Petrobras fez isso, a Vale... Isso reduz o custo da empresa. É uma tendência", afirma.

Corte onde mais precisa

Para o sindicato dos funcionários de bancos, o fechamento de 402 agências do BB e a transformação de outras 379 em postos de atendimento é prejudicial ao País, ao próprio banco e aos empregados. "O banco está reduzindo principalmente onde precisa de gente para atender aos clientes", disse Wagner Nascimento, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, ligada à Central Única dos Trabalhadores.

Nascimento questiona a afirmação do presidente do BB, Paulo Caffarelli, de que o enxugamento da estrutura física vai ao encontro do aumento dos meios digitais. "O perfil do cliente do banco nem sempre é digital. Eles vão fechar agência em cidades do interior, onde muitos clientes não são usuários dos serviços digitais", ponderou.

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