Investimentos transformam a vida da população do entorno

Empregos e melhor estrutura para moradia e transporte estão entre os benefícios gerados pelas indústrias

Escrito por Redação ,
Legenda: Em Maracanaú desde os 12 anos, Antônio Cordeiro, aos 50, acompanhou a evolução da cidade
Foto: Fotos: Bruno Gomes

Além de proporcionar o desenvolvimento industrial e a geração de riquezas, o cotidiano dos habitantes de Maracanaú e arredores foi diretamente impactada pelas oportunidades geradas com o avanço do Distrito Industrial. A infraestrutura para o transporte e moradia, por exemplo, além da geração de milhares de empregos, contribuíram para a melhoria da qualidade de vida da população.

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Quando Antônio Cordeiro da Silva, de 50 anos, chegou aos 12 em Maracanaú, vindo de sua terra natal, Itatira, a região era completamente diferente do que é hoje. Na época, ainda distrito de Maranguape, Maracanaú era marcada pela tranquilidade das ruas e não oferecia as oportunidades dos grandes centros, de empregos ao acesso a serviços de saúde ou de entretenimento.

Cordeiro, que hoje é operador de processos na empresa Nufarm, fabricante de defensivos agrícolas sediada no Distrito Industrial, conta que sempre que precisava resolver algum problema, era necessário se deslocar à sede de Maranguape, ou mesmo, até à capital, Fortaleza. "A maioria das pessoas de Maracanaú se deslocava para Fortaleza de trem, pela manhã, e retornavam à noite", lembra.

Primeiro emprego

Após concluir os ensinos fundamental e médio em Maracanaú, Cordeiro passou a procurar vagas nas indústrias que começavam a se instalar na região. Conseguiu seu primeiro emprego em 1989, na Agripec, fábrica cearense que foi adquirida pela australiana Nufarm em 2007. Com 27 anos de trabalho na empresa, ele iniciou sua vida profissional como auxiliar de produção e passou pelos cargos de operador I e II, até chegar à sua posição atual.

Comodidade

Casado e com uma filha, Cordeiro mora no distrito de Pajuçara e, hoje, não vê razão para ir à Capital. "Não tem necessidade porque, graças a Deus, com a evolução do município, a gente consegue resolver tudo por aqui mesmo", observa. Já faz mais de seis meses que o operador não vai a Fortaleza - a última vez foi para fazer um exame mais detalhado, que só era disponibilizado no hospital base do convênio.

Ele ponderou, entretanto, que uma mudança negativa foi o avanço da criminalidade. "Antes, a convivência era mais tranquila e, hoje, para sair de casa, precisa ser com um olho na frente e outro atrás", reclama. Cordeiro ainda destaca que a população local também precisa muito de sistemas de habitação, pavimentação de vias e de saneamento básico. "A gente torce para que os administradores continuem procurando fazer o melhor", acrescenta.

Oportunidades

Já Italo Cabral, de 32 anos, nasceu no mesmo ano em que Maracanaú se emancipava de Maranguape, em 1984, durante pleno desenvolvimento. Seus pais moravam em Pacatuba e resolveram se mudar para Maracanaú quando Italo tinha apenas um ano de idade. Isso porque, na época, era mais fácil se locomover de lá para Fortaleza, onde o pai trabalhava na Rede Ferroviária Federal (RFFSA), do que para Pacatuba.

Italo cresceu e estudou em Maracanaú, até conseguir seu primeiro emprego em 2003, na Nufarm (na época, Agripec). Ele entrou como operador de formulação da fábrica, que exigia qualificação de ensino médio e, por conta das oportunidades de crescimento dadas pela empresa, começou a estudar Contabilidade em uma instituição de ensino superior da Capital. "Como já estava na produção, decidi fazer a faculdade para crescer na empresa", afirma Italo.

Perspectivas

Após quatro anos no setor de produção, surgiu uma oportunidade para trabalhar na área fiscal da empresa. "Como era a área que eu estudava, fiz alguns testes e passei. Hoje, sou analista tributário, e trabalho com questões relacionados à impostos, recebimento de notas fiscais. Quero continuar nesse ramo e permanecer crescendo na empresa. Aqui foi meu primeiro emprego, e espero que seja o último também", salienta.

Morando a menos de um quilômetro de onde trabalha, Italo afirma não ter motivos para querer morar em Fortaleza. "Cresci aqui, minhas amizades são daqui, minha família toda mora aqui. Não tenho nenhuma vontade de ir para Fortaleza. Maracanaú atende todas as minhas necessidades", reforça.

Entre as dificuldades, Ítalo aponta que o trânsito local está ficando complicado por falta de planejamento, como reformas inacabadas nas vias. (YP)

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