Desafios ajudaram a construir sucesso e expansão da Cerbras

Escrito por Redação ,
Legenda: Com o esforço conjunto, a fábrica de cerâmica Cerbras se tornou uma referência no setor, sendo a única das regiões Norte e Nordeste a ter certificados de qualidade ISO 9001 e do Inmetro.
Foto: Foto: José Leomar

Marca cearense e de projeção nacional, a Cerbras é a mais antiga indústria implantada no Distrito Industrial III, em Maracanaú, que continua em atividade. A fábrica de cerâmicas foi fundada em 1990 e hoje é a maior consumidora de gás natural do Estado, tendo a capacidade de fabricação de 2,6 milhões de m² do material por mês, o que será ampliado, no próximo ano, para 3,3 milhões de m².

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A presidente Ana Lúcia Mota assumiu o comando da empresa seis anos após a morte de seu marido, José Tarcísio Mota Sá, falecido em 1994. Durante esse intervalo, outros foram nomeadas para dar continuidade aos trabalhos, mas, conforme ela rela, surgiram problemas.

"Aconteceram muitos desvios e, por conta da minha falta de experiência, fui muito enganada a princípio. Mas isso deixa a gente mais forte", pontua.

A presidente até chegou a pensar em vender a fábrica, mas, após assumir a direção em 2000, iniciou um novo modelo de gestão. Ana Lúcia começou a premiar funcionários caso a produção atingisse determinados patamares. "Se atingisse a meta em uma linha de produção, ganhavam uma cesta básica. Se não faltassem, era outra. Tinha mês que eles recebiam três cestas básicas, e isso os motivou", conta.

A produção, que era de 260 mil m² por mês em 2001, sem ampliações, chegou a 300 mil m² em 2004. "Isso fez uma diferença enorme. Começamos um processo de ampliação em 2003 e, ao fim de 2004, passamos a produzir 600 mil m² por mês", lembra. Após quatro ampliações, a fábrica tem capacidade, hoje, de produzir 2,6 milhões de m² por mês, e, no próximo ano, chegará a 3,3 milhões de m².

Familiar

Para tocar o negócio, Ana Lúcia contou com o apoio de seus três filhos, que hoje também atuam lá, em diferentes áreas. Ticiana, a mais velha, é arquiteta e toca as obras civis, além de ser gestora da área administrativa. Felipe, o do meio, administra as áreas de logística e de finanças. Já Mariana, a mais nova, é industrial e tem como meta melhorar a qualidade da cerâmica produzida.

Com o esforço conjunto, a empresa tornou-se uma referência, sendo a única fábrica das regiões Norte e Nordeste a ter certificados de qualidade ISO 9001 e do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). "Melhoramos muito a qualidade da cerâmica. Hoje, o produto é completamente diferente. E o curso que fiz de informática, quando era mais jovem, me ajudou muito a administrar a fábrica", afirma.

Impacto

A Cerbras não ficou imune, entretanto, aos efeitos da atual recessão econômica. Ana Lúcia relata que a queda nas vendas começou a ser sentida em abril do ano passado. Poucos meses antes, no entanto, a fábrica batia recorde de faturamento - com o otimismo, outra linha de produção foi adquirida. "Tivemos que parar uma linha por cerca de quatro meses e demos férias coletivas a vários funcionários", admite a empresária.

A linha chegou a ser reativada em outubro do ano passado, já que os melhores meses de vendas para o setor são os de novembro e dezembro. Mesmo assim, em janeiro deste ano, ela precisou ser parada novamente e segue dessa maneira . "As vendas caíram. A crise demorou para nos atingir, mas veio. Estamos vivendo um momento de incertezas e o País está travado", diz.

Novidades

Apesar das dificuldades, uma nova linha para a produção de porcelanato deverá ser iniciada em 2017. O produto, que tem características superiores às da cerâmica comum, é muito valorizado no mercado por oferecer maior resistência e baixa porosidade. "Procuramos técnicos e eles confirmaram que tínhamos condições de produzir. Foram feitas pesquisas de argilas e já estamos implantando a nova linha", ressalta Ana Lúcia.

Do que é produzido na fábrica, cerca de 50% ficam no Ceará e o restante, em outros estados do Nordeste e do Norte, entre os quais estão Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas. A empresa também já chegou a exportar para 35 países, principalmente, para a América Central e a África. "No mês passado, o principal destino no exterior foi o Haiti, para onde vendemos 45 mil m²", destaca. (YP)

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