Início de campanhas eleitorais movimenta economia da Capital

Volume de recursos e de trabalho não deve ser tão grande como a da última eleição, mas já desperta expectativas

Escrito por Raone Saraiva - Repórter ,

Liberada ontem em todo o Brasil, a propaganda eleitoral para as eleições municipais já começou a movimentar a economia de Fortaleza, aumentando a demanda em diferentes atividades ligadas ao setor de serviços e gerando empregos temporários, ainda que em menor quantidade se comparada à grandes datas do varejo cearense.

>Candidatos vão às ruas no primeiro dia de campanha

Ontem (16), logo no primeiro dia de propaganda eleitoral liberado nas ruas, já era possível ver pessoas distribuindo os tradicionais santinhos de candidatos, além de carros de som circulando pela ruas da cidade e pessoas com bandeiras em punho.

Gráficas

As gráficas da Capital cearense esperam faturar de 30% a 40% a mais até o próximo dia 1º de outubro, quando termina o período eleitoral. O presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado do Ceará (Sindgráfica), Raul Fontenelle, observa que este é um bom momento para o setor aquecer as vendas, que caíram por conta da retração econômica no País.

De acordo com ele, os produtos mais produzidos pelas empresas neste período são santinhos e bottons, seguidos pelas praguinhas políticas (espécie de minissantinhos), cartazes, folhetos e também adesivos.

"Nas gráficas, o trabalho pesado para as eleições começa a ser feito a partir de hoje (ontem) e na próxima semana. Na última semana da propaganda, há um pico na demanda", explica o empresário do setor.

Em relação aos empregos temporários no setor, o presidente do Sindgráfica observa que não haverá crescimento representativo nas contratações. Como a procura por serviços corriqueiros está baixa, o número de trabalhadores nas gráficas é suficiente para fazer os serviços da campanha eleitoral. "Com a crise econômica, nossa demanda cotidiana está bem menor. Por isso, acho que não há necessidade de mais mão de obra", complementa.

Jingles

O músico e proprietário da A7 Produções, Edson Távora, diz que a procura pelos serviços musicais e o faturamento das empresas costumam crescer mais de 50% neste período. Segundo ele, geralmente, os candidatos contratam os trabalhos até o fim da campanha eleitoral.

"Durante os 45 dias de campanha, a gente fica atualizando o jingles, vinhetas e spots (músicas com locução)", conta. Távora informa que os preços variam de R$ 500 até R$ 10 mil, dependendo da qualidade da produção e do tempo de contratação dos serviços.

"Vale lembrar que existem vários tipos de profissionais e de trabalhos, por isso, os valores variam muito", destaca o músico, dizendo que está otimista para o período. "Atendo mais candidatos a prefeito e vereador do Interior. Tem empresas que terceirizam a mão de obra para darem conta dos serviços", acrescenta.

Vagas temporárias

O coordenador do setor de Intermediação de Mão de Obra do Sistema Nacional de Emprego/Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT), Rubens da Cunha Rodrigues, acredita que as contratações temporárias para a campanha eleitoral por meio do sistema público de emprego serão menos expressiva neste ano também devido aos efeitos da crise econômica.

De acordo com ele, grande parte das vagas é para serviços gerais, funções como a de panfleteiros e de motoristas. "As vagas temporárias vão aparecer, mas acho que só quando os comitês eleitorais forem ganhando mais força, nos próximos dias. Neste ano, acredito que o trabalho de divulgação dos candidatos deverá ser feito, em sua maior parte, por militantes voluntários", analisa Rodrigues, chamando a atenção para o fato de "a legislação eleitoral também ser bem restritiva para a contratação desses profissionais".

Aluguel de carros

O presidente da Associação Cearense das Locadoras de Automóveis (Acla), Horácio Bezerra de Menezes Filho, afirma que as locações em Fortaleza, na Região Metropolitana e em algumas cidades do Interior, como Juazeiro do Norte e Sobral, as reservas de aluguel começaram a ser feitas há mais de uma semana. A procura é maior por carros populares com motor 1.0, veículos que gastam menos combustível.

"Nossa expectativa é que as locações cresçam em torno de 90% por causa da campanha política, o faturamento deve saltar 60%, percentual bem menor porque os populares são a maioria dos carros alugados e têm preços mais em conta", aponta.

As diárias dos aluguéis de automóveis populares variam de R$ 80 a R$ 99. Para os veículos 4x4, os preços vão de R$ 320 a R$ 400. "A procura por 4x4 também sobe, mas é algo bem menos expressivo", pontua o presidente da Acla.

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