Hábitos alimentares mudam devido à economia

Escrito por Redação ,
Legenda: Ir ao supermercado sem fome e com uma lista contendo todos os itens a serem comprados são dicas da educadora financeira Amanda Marçal. Isso pode fazer a diferença nas contas ao fim do mês
Foto: Foto: Thiago Gadelha

Em tempos de finanças minguadas, modificar e adaptar costumes se faz necessário. Com a alimentação, não é diferente: deixar de fazer aquela refeição do dia a dia em restaurantes e lanchonetes quando possível é uma alternativa que, além de conferir benefícios à saúde, pode fazer bem para o bolso.

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Um levantamento feito no Brasil pela agência Dim&Canzian sobre os novos valores dos brasileiros e tendências de comportamento que vem ganhando força em tempos de crise, concluiu que os produtos industrializados vem perdendo espaço em um cenário de recessão econômica para a comida feita em casa com alimentos mais saudáveis. A educadora financeira do DSOP (sigla que se refere à metodologia Diagnosticar; Sonhar; Orçar e Poupar), Amanda Marçal, acredita que as pessoas vem deixando de comer fora principalmente para se adaptar financeiramente ao momento de economia difícil. "A inflação, os preços do comércio subiram muito, então ficou realmente mais complicado para arcar com alimentação fora de casa e isso caber dentro do orçamento familiar".

Organização financeira

Ela destaca que, para saber se comer fora de casa está sendo realmente uma "pedra no sapato" - ou no bolso -, é importante primeiramente fazer um diagnósticos das despesas. "É importante verificar tudo o que tem sido consumido diariamente", indica Amanda.

Pontuadas as despesas, é hora de analisar o que está passando dos limites, ou seja, o que mais está pesando dentro do orçamento. E isso não se refere apenas à comida industrializada consumida em estabelecimentos, mas também aos produtos adquiridos no próprio supermercado. Amanda ressalta também que é fundamental ter organização na hora de ir às compras, fazendo uma lista prévia com os alimentos necessários.

Além disso, Amanda frisa ainda outros pontos, como evitar ir ao supermercado com fome, já que isso pode influenciar o consumidor a levar itens a mais, comprando produtos dos quais ele não precisa.

Redução gradual

Mas não se trata apenas de cortar todo e qualquer tipo de ida ao restaurante ou produto industrializado. Na hora de analisar o orçamento, Amanda defende que o melhor é diminuir ao invés de fazer um corte total das despesas.

"Eu sempre aconselho a não fazer o corte total, porque já é difícil para quem está endividado não poder pagar as contas, então cortar de vez o que dá mais prazer para essa pessoa dificulta ainda mais a caminhada. Se sair para comer fora é o lazer, o interessante é diminuir essas idas e procurar locais que caibam no orçamento", reforça a educadora financeira.

Engajamento familiar

No caso das famílias, ela destaca ainda a importância da transparência, deixando claro para os membros da casa qual é a real situação das contas e o que precisa ser reavaliado e cortado. Amanda pontua que, para que a economia seja alcançada, todos os integrantes devem estar engajados em prol de um objetivo familiar maior.

"A gente sempre fala que é muito importante que todos da família estejam engajados em um objetivo coletivo, então é preciso que haja uma conscientização da família, que sejam feitas reuniões periódicas nas quais haja o compartilhamento de sonhos individuais com a família toda", acrescenta a educadora financeira.

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