Governo pode rever reajuste de funcionários

Para ministro, é preciso controlar despesas menos "necessárias", como aumentos de algumas funções

Escrito por Redação ,
Legenda: Com relação ao salário mínimo, Henrique Meirelles disse que não adianta dar reajustes altos se não houver dinheiro para pagar
Foto: FOTO: AGÊNCIA BRASIL

Brasília. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a melhora nas contas públicas passa pelo controle de despesas "que não são tão necessárias", como o reajuste de salários de "determinados tipos de funcionários que não necessariamente poderia ser justificado pelo aumento das receitas". Ele, porém, não deu mais detalhes. Sobre o reajuste do salário mínimo, afirmou que não adianta dar reajustes altos se não houver dinheiro para pagar. "Tudo precisa ser realista".

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As afirmações foram feitas em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, no último dia 15. Questionado sobre as áreas que poderiam sofrer cortes, afirmou que programas sociais não serão afetados e citou medidas já anunciadas, como redução do número de ministérios e de cargos comissionados.

Medidas fortes

O ministro afirmou que o controle dos gastos públicos está entre as medidas "fortes" que o governo prepara para recuperar a economia e conter a alta do desemprego. "Temos de entender o que está causando o aumento de desemprego. As empresas estão vendendo menos, portanto, produzindo menos e demitindo. Temos que fazer com que a economia volte a andar", afirmou.

Meirelles disse que o desemprego ainda irá crescer antes que a situação atual seja revertida. "Imagine um ônibus que vem numa certa velocidade, porque estava acelerando, mas, de repente, resolve-se frear. Mesmo aplicando o freio, no caso do desemprego, o ônibus ainda anda um pouco até parar. Mas o importante é as pessoas sentirem que está diminuindo essa velocidade e que vai parar".

Contas de luz

O ministro respondeu a perguntas gravadas de telespectadores. Entre elas, sobre uma possível queda do custo da conta de luz e da inflação. Meirelles afirmou que o corte de gastos vai contribuir para que a inflação recue. Sobre o custo da energia, disse que é necessário investimento, tempo e planejamento para aumentar a oferta. Em uma crítica à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), disse que não se pode apenas decretar a redução dos preços da energia, como já ocorreu "no passado".

"Qual o resultado disso? As companhias que produzem energia passam a ter tremendos prejuízos. Aí alguém tem de pagar e a conta de luz tem de aumentar. Soluções fáceis e imediatas podem agradar no primeiro mês, dois meses, mas depois (o consumidor) ele vai reclamar muito, porque vai acabar subindo".

Previdência

Meirelles afirmou que a Previdência, área incorporada ao Ministério da Fazenda, é parte importante do problema das contas públicas. O ministro disse que o governo ainda está fazendo as contas e que a questão será debatida com a opinião pública e com o Congresso. Afirmou, no entanto, que no dia em que o governo anunciar alguma mudança, será algo "que não será mudado e que vai funcionar".

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