Família considera peso de impostos um ‘absurdo’

Além dos tributos, Sandra e André ainda têm de prover ao filho o que o governo não oferece com qualidade

Escrito por Redação ,

Funcionária pública duas vezes – e por isso mais tributada pela Receita Federal –, a professora Sandra Sousa, de 43 anos, classifica como um “absurdo” pagar tanto imposto ao governo e ainda ter que desembolsar todo mês parte expressiva de seu rendimento para custear despesas com a saúde da família e os estudos do filho, Samuel, de 10 anos.

> Confira a lista  dos documentos pedidos pelo Fisco

“Sou professora do Município e do Estado. Então, como tenho dois empregos, acabo pagando imposto todo ano. Nunca tenho devolução. O problema é que, além do imposto, ainda pago plano de saúde para a família, inclusive para os meus pais, e o colégio do meu filho, fora outros gastos com a educação dele, já que o governo não presta esses serviços para nós, cidadãos. É realmente um absurdo, uma exploração”, reclama.
Seu esposo, o representante comercial, Francisco André Maciel Cruz, é quem organiza todo o ano a documentação para fazer a declaração de imposto de renda da professora Sandra. Autônomo e incluso na faixa de isenção, ele também se mostra indignado com a taxação a que sua esposa é submetida pelo Fisco e que onera as finanças da família dele.

“Além dos gastos com plano de saúde e com o colégio particular do Samuel, ela ainda paga para ele curso de inglês, de robótica, de karatê, que são valores que não podemos abater. Então, como só temos um dependente, ela acaba pagando em torno de mil reais ao IR todo ano, fora o que é abatido”, informa.

Investimento sem retorno

Para o representante comercial, se fosse feito justiça, o contribuinte que custeasse educação e saúde privada dele e também de membros da família não deveriam pagar mais este imposto, o de Renda. “Já basta o que a gente paga de alimentação neste País e todos os tributos que estão embutidos nos produtos e serviços. Se pudesse, não pagaria mais nenhum centavo ao governo, pois não temos retorno nenhum”, afirma indignado com os tributos.

Compromissos em dias

Mas como é preciso cumprir a lei e pagar o imposto, André Maciel já deu início aos trabalhos para fazer a declaração da esposa e aproveitou a última semana para juntar toda a documentação necessária exigida.

Comprovantes de gastos dele, da mulher e ainda os que tiveram com o filho Samuel foram recolhidos e já estão separados.
“Segunda-feira (amanhã) já vou levar tudo para o contador. Já que ela (Sandra, a eposa) tem de declarar, é melhor fazer isso logo para saber o valor que teremos de pagar. Como sempre, vamos pagar parcelado”, conclui André. (AC)

Receita espera nova alta  no uso de certificado digital

São Paulo. O número de contribuintes pessoa física que utiliza o certificado digital, uma espécie de assinatura eletrônica, para fazer a declaração do Imposto de Renda aumenta a cada ano, segundo a Receita. No ano passado, já foram 30 mil declarações enviadas com essa certificação, volume 36% maior do que no ano anterior.

O documento eletrônico aumenta a segurança contra fraude e ajuda o contribuinte a não cair na malha fina. Pela certificação digital, o contribuinte confirma a autenticidade de dados como nome, CPF e outras informações pessoais.

Para este ano, a Receita estima que pelo menos 40 mil contribuintes deverão utilizar a assinatura eletrônica no IR. O percentual de usuários da certificação, porém ainda é mínimo - 0,11% das 27 milhões de declarações de IR entregues no ano passado. Por este mecanismo, os contribuintes têm acesso à declaração pré-preenchida com dados inseridos pela Receita. Assim, basta conferir e confirmá-los.

Praticidade

Além da declaração do IR, a assinatura eletrônica pode ser utilizada também no preenchimento de documentos e impostos dos governos federal, estaduais e municipais. Também são aceitos na Justiça, além de cartórios, bancos e até nos bancos de dados de hospitais.

Em 2014, cerca de 2,5 milhões de certificados foram emitidos entre pessoas físicas e empresas. Em 2010, o número era de 1,3 milhão. Para contratar o serviço, é preciso entrar no site do ITI (www.Iti.Gov.Br), onde se pode ter acesso à rede de empresas credenciadas.

Há três formatos disponíveis: cartão, que necessita de uma leitora on-line; token (espécie de pen-drive) ou o instalado no computador do dono do certificado. Para finalizar o processo, a emissão precisa ser feita presencialmente com a entrega de documentos de identificação da pessoa à empresa.

Veja como funciona para tirar CPF de quem tem 16 anos

São Paulo. Quem declara como dependente um jovem a partir de 16 anos deve correr para fazer o CPF (Cadastro de Pessoas Físicas), se ele ainda não tiver o documento.

A Receita Federal passará a exigir já nesta declaração do Imposto de Renda, que vai de 2 de março a 30 de abril, o documento que, até então, só era obrigatório aos 18 anos. Há duas maneiras de solicitar o cadastro: pela internet ou por agências do Banco do Brasil, Caixa ou dos Correios. A primeira, porém, não serve para menores de 18 anos que não tenham título de eleitor.

Pela internet

Pela internet, o processo é simples e gratuito. O interessado deverá entrar no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br), procurar a aba CPF e preencher os dados da ficha cadastral, além do título de eleitor.

Após a inscrição, será gerado o número de inscrição no CPF e o comprovante. Anote o número ou imprima o comprovante -a Receita não envia mais o cartão do CPF plástico (azul). O órgão destaca que o número é único e definitivo, já que o cadastro não pode ser feito mais de uma vez.

BB, Caixa ou Correios

Já nas agências do BB, da Caixa ou dos Correios, é cobrada uma taxa de até R$ 5,70.

Quem tem de 16 a 18 anos de idade precisa apresentar só um documento de identidade nesses locais. Os maiores de 18 anos necessitam apresentar um documento de identificação e título de eleitor. O número do CPF e o comprovante de inscrição são gerados na mesma hora.

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