Estado é o 4º em projetos inscritos, com 92 eólicas

Ao todo, a potência instalada no Ceará com todos os projetos deve ter um acréscimo de 2,64 GW

Escrito por Redação ,

Fortaleza/Rio. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que 1.055 usinas se inscreveram no leilão a ser realizado para firmar contratos de fornecimento de energia a partir de 2021 (A-5), sobretudo de energia eólica. O Ceará foi o 4º estado em número de projetos inscritos, com 94 empreendimentos - dos quais, 92 são usinas eólicas, uma térmica a gás natural e uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH).

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Ao todo, a potência instalada no Estado com todos os projetos deve ter um acréscimo de 2,64 GW. No entanto, Bahia (com 302 projetos), Rio Grande do Norte (com 234 projetos) e Rio Grande do Sul (com 128 projetos) superaram a marca cearense. Todos também tiveram nas eólicas o maior número de empreendimentos inscritos. Respectivamente, os três estados registraram no leilão de A5 292, 232, e 118 projetos eólicos.

Capacidade

O leilão será realizado em 2 de fevereiro do próximo ano. As usinas inscritas, que ainda terão que ser construídas, têm capacidade de 47.618 megawatts, o que representa cerca de 35% da capacidade instalada no País.

Segundo Tolmasquim, o número de interessados no leilão seria um recorde brasileiro e mundial. Ele não apresentou, no entanto, um levantamento com esse comparativo. O presidente da EPE disse que o número é algo a ser notado.

"Num período de crise, ter tantos projetos inscritos é algo a ser notado", disse Tolmasquim. "Há essa atratividade porque o modelo do setor dá tranquilidade. O vencedor tem contrato de longo prazo e a receita é garantida, mesmo que a economia tenha queda", disse. O leilão vai oferecer contratos com prazo de suprimento de 30 anos para hidrelétricas; termelétricas a biomassa e a carvão terão contratos de 25 anos; termelétricas a gás natural e eólica terão 20 anos de energia contratada. Nem todos os projetos inscritos, porém, serão realmente contratados no leilão.

O volume de energia a ser contratada no leilão vai depender, na época da previsão de demanda feita pelas distribuidoras de energia elétrica.

Localização

O destaque foram as usinas eólicas. São 864 usinas, num total de 21.232 megawatts, 45% do total da energia. A maior parte dessas usinas está prevista para os estados da Bahia e Rio Grande do Norte. Uma das surpresas foi o estado do Rio de Janeiro, com sete usinas a gás natural (5.114 megawatts) e uma pequena central hidrelétrica. A maior parte das usinas usaria gás natural liquefeito (GNL, transportado por navios).

São Paulo tem 19 usinas inscritas, num total de 1.775 megawatts. Deste total, 14 usinas são de biomassa, a maior quantidade entre os estados. Há, ainda, um projeto de biogás, três de térmica a gás natural e uma pequena central hidrelétrica.

No total, somente seis hidrelétricas foram inscritas no leilão, com previsão de geração de 529 megawatts. Das seis, quatro estão previstas para o Paraná, uma em Goiás e outras no Tocantins, segundo os dados da EPE.

Tapajós

Entre as hidrelétricas não está a de São Luiz de Tapajós, no Pará, empreendimento de 8 mil megawatts, previsto para ser leiloada a partir no próximo ano. "As conversas sobre Tapajós estão ocorrendo e gostaríamos de leiloar no primeiro semestre", disse Tolmasquim.

No início de outubro, a presidente do Ibama, Marilene Ramos, disse que ainda não existe prazo para a emissão da licença prévia da usina, entretanto, a previsão de leiloar no primeiro semestre deste ano seria "apertada". Para Tolmasquim, contudo, a questão principal relacionada à construção da usina hidrelétrica de São Luiz de Tapajós é a indígena.

"Outras questão são contornáveis. Se a Funai der o 'ok', será automático no Ibama", disse Maurício Tolmasquim.

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