Empréstimo para pagar conta é erro

Escrito por Redação ,
Legenda: Dos entrevistados, 31% não fazem ideia da taxa de juros que pagam ao banco
Foto: Foto:Natinho Rodrigues

Pesquisa elaborada pela Proteste - Associação de Consumidores para conferir a satisfação dos clientes com os bancos constatou um outro fato classificado como "preocupante": "é para quitar outras dívidas que o consumidor contrata empréstimo". A coordenadora institucional da Associação, Maria Inês Dolci, ainda informou que a média de contratação de empréstimo é de três para cada consumidor.

"As pessoas têm de entender que o empréstimo tem um custo. Não são só os juros. Há taxas, encargos, que formam o custo efetivo total. As pessoas chegam a ir a mais de uma instituição e isso é uma loucura", atesta a especialista, que acrescenta: "não adianta tapar um buraco e descobrir outro".

A recomendação de Maria Inês é que o consumidor endividado verifique quanto custará todo o empréstimo tomado, o comprometimento da renda - que deve ser de, no máximo 30% da renda mensal dele - e até se desfazer de algum bem para quitar todos os débitos.

"Vai doer, vai, mas é preciso não deixar esse comprometimento de renda crescer. É necessário um plano estratégico de como ele vai resolver toda a situação - seja se desfazendo de um bem, diminuindo os gastos mensais...", aponta a coordenadora executiva da Proteste.

Taxas desconhecidas

"E mais: dos entrevistados que possuem empréstimo, 31% não fazem ideia de qual seja a taxa de juros que estão pagando pelo crédito, que, por sinal, costuma ser alto", aponta a pesquisa divulgada ontem pela Proteste.

De acordo com os dados, "cerca de 20% desses entrevistados que possuem empréstimos adquiriram entre R$ 2.501 e R$ 5.000". Já outros 19% afirmaram ter contratado empréstimos entre R$ 5.001 e R$ 10.000.

Insatisfação com bancos

No mesmo relatório, a Associação de Consumidores revela que a satisfação dos clientes com os serviços prestados pelos bancos é baixa. Foram ouvidos 3.493 consumidores, destes 49% tiveram algum problema com o banco durante os últimos 12 meses. A satisfação só atingiu 60 pontos numa escala de 0 a 100.

Os maiores alvos das queixas dos consumidores bancários são as taxas, os juros e o tempo de atendimento.

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