Emprego cresce e movimenta economia do Interior do Ceará

Municípios de diversas regiões cearenses tiveram êxito no mercado de trabalho no mês de agosto

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Legenda: Em Juazeiro do Norte, o setor de serviços tem se destacado ao lado da construção e do comércio. De acordo com o Instituto do Desenvolvimento do Trabalho na cidade, as contratações temporárias começaram em agosto
Foto: FOTO: ANTÔNIO RODRIGUES

Sobral/Quixadá/Cariri/Iguatu (Sucursais). O Ceará mantém a terceira colocação nacional no número de empregos registrados. De acordo com levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os estados com mais inserções no mercado de trabalho pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine) são Paraná, que lidera com 77.286 trabalhadores empregados; São Paulo, com 58.382 colocações; e Ceará, com 34.948. Os dados contabilizam todas as colocações ocorridas de janeiro a agosto deste ano e demonstram um cenário promissor no Interior do Estado.

Contratada em junho deste ano para cuidar das vendas online de uma loja de lingeries em Sobral, a vendedora Thays Lane Ferreira, de 18 anos, ainda comemora a conquista do primeiro emprego formal, algo que ela via com uma certa dificuldade, já que há muito buscava pela primeira oportunidade e não encontrava portas abertas.

Sem se deixar abater, a jovem seguiu tentando, até que teve o currículo aceito. "Eu sempre gostei de vendas, até porque minha mãe tinha uma lojinha em casa. Fiquei muito feliz em conseguir a vaga. A comercialização online tem sido um desafio que tem trazido resultados positivos para meu futuro profissional", planeja, enquanto fecha mais um pedido pelas redes sociais. Até o ano passado, a dona da loja, que atende no atacado e varejo, Eveline de Paula Dias, mantinha quatro funcionárias em atividade, mas resolveu ampliar o quadro para seis, por conta do crescimento nas vendas, principalmente pela internet. O aumento de 40% no faturamento, por meio dos pedidos online, foi o responsável pela ampliação do quadro de funcionárias.

"Também conseguimos uma parceria com o Governo do Estado, no incentivo do primeiro emprego para jovens estudantes que estão em fase de estágio na Escola Profissionalizante aqui de Sobral. Apesar das dificuldades, temos avançado em um mercado cada vez mais competitivo", comemora a empresária, que tem contribuído para manter Sobral em um boa posição quando o assunto é emprego formal no Ceará.

Crescimento

De acordo com Inácio Ribeiro, secretário do Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Sobral, "recebemos a excelente informação do último levantamento do Ministério do Trabalho, para este mês de agosto, que coloca Sobral em boa colocação, na lista de contratações com carteira assinada. Entre o percentual de admissões e demissões ocorridas, o saldo foi de 290 empregos garantidos", comemora.

O município ficou atrás apenas de Fortaleza, que registrou saldo de 1.294 empregos, e Várzea Alegre, que teve saldo de emprego formal de 337. Ainda, segundo Inácio Ribeiro, "quando falamos de PIB, os setores de serviços e comércio garantem 52% de participação, seguidos da força de trabalho da indústria (28%), e dos setores público e agropecuário. Após três anos seguidos, com quase seis mil postos de trabalho perdidos, voltamos a sentir uma pequena, mas boa recuperação, com cerca de 800 postos de trabalho, a partir do segundo semestre de 2017", explica.

Quixadá

Na cidade onde está concentrado o maior polo calçadista do Centro Estado, Quixeramobim, o Sine/IDT registrou este ano 5.927 admissões, contra 1.085 demissões. Os dados são do Caged, mas o saldo positivo, de 4.842 empregos é atribuído à formalização, com carteira assinada, de trabalhadores terceirizados, filiados a cooperativas. Apesar de o Município ser o maior produtor de leite bovino do Estado, com mais de 150 mil litros por dia, o maior número de ocupações disponíveis também é para o segmento industrial manufatureiro.

Em Quixadá, considerada a cidade mais desenvolvida da região, já foram registradas oficialmente este ano 1.124 admissões. O número de demissões é um pouco maior, 1.127. O saldo, apesar de negativo em três frentes de trabalho, também com base nos dados da Caged, demonstra estabilidade. "O movimento é apenas de reposição, ressaltou a gerente da unidade local do Sine, Mirele Moreira.

Cariri

Em Juazeiro do Norte, os setores que mais têm empregado são de serviços (hotelaria, bares e restaurantes), construção civil e o comércio. No mês de agosto, 253 empregos formais foram gerados. Hoje, a unidade do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) conta com aproximadamente 40 vagas, destas, 15 são no setor imobiliário. "Normalmente, no mês de agosto ocorre crescimento nas vendas, por conta do Dia dos Pais, e já iniciam as contratações temporárias antecipadas, por causa do ciclo de romaria", explica o secretário de Desenvolvimento Econômico, Michel Araújo. Segundo a gerente da unidade do IDT em Juazeiro do Norte, Conceição Araújo, "estamos em ciclo de romarias, e até janeiro há um significativo movimento de vagas em postos de trabalho em alguns setores como o de serviços. Aqui, tem crescido bastante o setor gastronômico, comércio e construção civil", garante.

Expectativa

No município de Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará, de janeiro a agosto, foram admitidos 2.082 trabalhadores e outros 2.225 foram desligados, o que resultou em um saldo negativo de 143 empregos no período.

Destaque

O setor que mais empregou foi o da construção civil, e as atividades que mais demitiram foram da indústria de transformação e agropecuária. Após perder o emprego de recepcionista no Hospital Regional de Iguatu, em 2016, Suelen Oliveira, conseguiu, há cinco meses, ser contratada como gerente de uma loja de venda de bijuterias.

"Estava praticamente morando no Sine, tentando um emprego, mas finalmente apareceu essa oportunidade", destaca a jovem. Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Iguatu, José Mota Luciano, "o setor varejista tem a expectativa de incremento de 3%, em relação ao ano passado, para as vendas do último trimestre do ano. O desemprego ainda está grande, e como não somos cidade turística, não temos geração de trabalho temporário", lamenta Mota.

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