Economia do CE avança 1,56%; 2ª alta seguida

Dados do Banco Central apontam que resultado do Estado foi melhor que as médias do Nordeste e Brasil

Escrito por Redação ,
Legenda: O indicador do BC é considerado como prévia do PIB do Estado, no qual o setor de serviços tem maior participação de, aproximadamente, 75%
Foto: Foto: JL Rosa

Brasília/Fortaleza. Após avançar 0,33% na passagem de março para abril (dados já revisados), a economia do Ceará cresceu novamente em maio ante o mês imediatamente anterior. Dessa vez, a alta foi ainda maior, de 1,56%, aponta o Índice de Atividade Econômica Regional do Ceará (IBCR-CE), divulgado nesta sexta-feira (14) pelo Banco Central (BC). Os dados são dessazonalizados, isto é, ajustados com base em diversos fatores, típicos de determinadas épocas do ano. O resultado do Estado se contrapõe às médias do Nordeste - o IBCR-NE teve queda de 4,3% em maio - e do Brasil - o IBC-Br teve retração 0,51% nessa mesma comparação.

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O indicador do BC é considerado como prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, no qual o setor de serviços tem uma participação aproximada de 75%. A indústria e a agropecuária tem pesos aproximados de 25% e 5%, respectivamente.

O Ceará ainda obteve leve avanço de 0,85% no comparativo entre maio deste ano igual mês anterior, segundo dados observados (sem ajustes). Esse dado foi melhor que a média nordestina (0,64%), mas se manteve abaixo da brasileira (1,4%).

O números do IBCR-CE no acumulado deste ano e dos últimos doze meses até maio, entretanto, ainda estão negativos, na série observada: -2,25% e -3,22%, respectivamente. No trimestre encerrado em maio, o Ceará também apresentou retração. Houve queda de 2,25%, em comparação a igual período do ano passado, na série observada; e recuo de 0,86% em comparação o trimestre encerrado em fevereiro, na série com ajustes.

Com relação ao IBCR-NE, a variação acumulada no ano foi de 0,01%. Em 12 meses, houve queda de 2,4%, segundo dados observados. No trimestre encerrado em maio, houve avanço de 2,13%, frente a igual período de 2016 (dados observados) e avanço de 2,78% frente ao trimestre encerrado em fevereiro deste ano (série dessazonalizada).

O economista e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), Ricardo Eleutério, diz que os números positivos do Ceará, a princípio, representam um bom sinal para a economia."Os indicadores da economia brasileira se mostram erráticos, em função da crise política. Fica difícil fazer uma análise otimista diante do cenário atual. O Ceará tem destaques interessantes. É o estado que tem a apresentado o melhor equilíbrio fiscal do País, que se traduz em uma maior capacidade de investimento do governo. O Estado continua atraindo investimento externo, e a verificamos uma dificuldade no investimento privado doméstico", diz.

O economista conclui que "apesar de no acumulado dos doses meses e do ano o Estado ainda apresentar um resultado negativo, o potencial de crescimento da economia cearense em relação à economia brasileira se apresenta bem melhor".

Brasil

No acumulado de 2017 até maio, o recuo do IBC-Br é de 0,05% pela série sem ajustes sazonais. Também pela série observada, é possível identificar um recuo de 2,23% nos 12 meses encerrados em maio.

O IBC-Br registrou alta de 0,53% no acumulado do trimestre encerrado em maio de 2017, na comparação com o trimestre anterior (dezembro a fevereiro), pela série ajustada do Banco Central. Já na comparação do trimestre até maio deste ano com o trimestre até maio do ano passado, o índice subiu 0,20% pela série observada.

Como de costume, o Banco Central revisou dados do Índice de Atividade Econômica na margem, na série com ajuste. Em abril, o IBC-Br passou de 0,28% para 0,15%. Em março, o índice foi de -0,40% para -0,46%. No caso de fevereiro, a revisão foi de 1,34% para 1,35%. O dado de janeiro permaneceu em 0,51% e o de dezembro foi de -0,15% para -0,17%. Em relação a novembro, o BC substituiu a taxa de 0,05% pela de 0,02%.

O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A previsão oficial do BC para a atividade doméstica deste ano é de avanço de 0,50%. No Relatório de Mercado Focus, a mediana das estimativas do mercado estava em 0,34%.

Média móvel

Após se manter positiva de janeiro a abril deste ano, a média móvel trimestral do IBC-Br recuou 0,28% em maio, na série com ajuste sazonal. A média móvel costuma ser usada como indicativo de tendências para o índice. Neste caso de maio, o percentual reflete a comparação entre o trimestre encerrado em maio e o trimestre encerrado em abril.

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