Desemprego e renda inibem recuperação do consumo

Escrito por Redação ,
Legenda: A maior parte das famílias, 61%, declarou estar com o nível de consumo menor do que no ano passado, mostra pesquisa da CNC
Foto: Foto: Waleska Santiago

Rio. Os consumidores brasileiros permanecem menos propensos às compras neste início de ano. É o que diz a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada nessa quarta-feira (18), pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo a pesquisa, o índice alcançou 76,2 pontos em janeiro, patamar estável em relação ao mês anterior, mas 1,7% menor do que o registrado em janeiro do ano passado.

Dois componentes relevantes ligados ao consumo, o Nível de Consumo Atual e o Momento para Duráveis, apresentaram a menor pontuação do mês, com 52,5 pontos cada, numa escala de 0 a 200. A maior parte das famílias, 61%, declarou estar com o nível de consumo menor do que no ano passado. O resultado abaixo dos 100 pontos indica uma percepção de insatisfação com as condições correntes, ressaltou a Confederação Nacional do Comércio.

Já o item Momento para Duráveis cresceu respectivamente 3,2% e 8,4%, nas variações mensal e anual.

Do total das famílias, 70,6% consideram o momento atual desfavorável para a aquisição de bens duráveis.

O terceiro componente, Compra a Prazo, ficou com 66,8 pontos, redução de 0,8% na comparação mensal e 11,9% na anual.

Apesar do avanço em indicadores de confiança, a melhora ainda não foi efetivamente transformada em vendas, sobretudo devido ao custo elevado do crédito, ao desemprego e à queda da renda, justificou a entidade.

"A queda do número de trabalhadores com carteira assinada, a menor massa de rendimento e a alta taxa de juros contribuem para o recuo na venda de itens não essenciais como bens duráveis e semiduráveis. O consumidor está cauteloso, evitando criar dívidas", avaliou a assessora econômica da Confederação, Juliana Serapio, em nota oficial.

Expectativas

Em relação às perspectivas de mercado de trabalho, houve redução de 0,6% em relação a dezembro de 2016. Na comparação com o mesmo período do ano passado, também ocorreu um declínio de 0,4%.

O índice registrou 99,9 pontos, o segundo melhor desempenho do mês.

Apesar do resultado, quase metade das famílias (45,1%) considera negativo o cenário para os próximos seis meses. Com 66,6 pontos, a Perspectiva de Consumo cresceu tanto na comparação mensal (0,7%) como na anual (7,3%).

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