Cheque especial: custo sobe 183,3%
Brasília. Os juros do cheque especial, uma das linhas de crédito mais cara à disposição do consumidor, dispararam em setembro. Dados do Banco Central divulgados ontem mostram uma alta de 10,5 pontos porcentuais no mês passado. A taxa anual cobrada pelos bancos saltou de 172,8% em agosto para 183,3%. É o maior nível desde 1999, quando havia sido registrado um juro estratosférico de 193,65% ao ano.
Essa foi a 14ª elevação consecutiva da taxa do cheque especial, o que deixa os endividados com o orçamento ainda mais apertado. Mas a dívida total dos brasileiros nessa linha de crédito, a despeito do custo elevado, não para de crescer. Até setembro, estava em R$ 23,425 bilhões, índice 2,4% superior ao registrado em agosto. No acumulado do ano, essa conta aumentou 15,9%.
Conhecido no mercado financeiro como uma "jabuticaba", por existir apenas no Brasil, o cheque especial tende a ser uma linha mais cara porque está sempre à disposição do correntista. Os juros mais elevados no cheque especial vão na contramão das outras modalidades.
Conforme o BC, a taxa média de juros no crédito livre caiu de 32,2% para 31,9% ao ano entre agosto e setembro. É o menor nível desde abril.