CE: preço da gasolina sobe 19,4% desde nova política

Escrito por Redação ,

Fortaleza/São Paulo. Desde julho do ano passado - quando a Petrobras implantou a nova política de preços, com ajustes sem regularidade - até a última semana de maio deste ano, o valor cobrado pelo litro da gasolina nos postos do Ceará cresceu 19,4%. A variação pode ser constatada na série histórica da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que aponta um valor médio para o litro do combustível de R$ 3,839 em junho de 2017 e R$ 4,584 para a semana entre 1maio último.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos-CE), Manuel Novais Neto, os empresários do setor ainda não aprenderam a lidar com mudança constante nos preços. "Tem muito posto aumentando sozinho, tá uma loucura. Cada um interpreta a sua maneira e isso tem provocado o fechamento de vários postos", conta, acrescentando que, "por não saber lidar com a dinâmica, muitos quebram". A falência, segundo ele, chegou para uma faixa de 40 a 50 estabelecimentos no último ano.

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"O consumidor não nota porque o posto não fecha, ele muda de dono. O empresário tem um problema, mas um que está de fora desse mercado, acha que é o melhor negócio do mundo e compra o posto, mas em pouco tempo quebra também", diz.

Diesel no País

Desde que começou a adotar a política de reajustes diários dos preços dos derivados de petróleo, em 3 de julho do ano passado, a Petrobras já elevou o preço do óleo diesel em suas refinarias 121 vezes, o que representou uma alta de 56,5%, segundo cálculo do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Em pouco mais de dez meses, o litro do produto passou de R$ 1,5006 para R$ 2,3488, motivando o protesto de caminhoneiros na manhã de ontem (21).

Apenas neste ano, o preço do diesel subiu 38 vezes, em linha com a sua valorização no mercado internacional. A atual política da Petrobras foi criada para acompanhar as variações externas e considera ainda a competição com importadores. Dessa forma, a empresa vem demonstrando ao mercado que possui autonomia e não atua para atender aos interesses de governo, mas dos seus acionistas. No passado, durante o governo petista, os preços eram represados para conter a inflação, o que, consequentemente, freava a geração de receita da companhia.

Do valor total do litro do diesel pago pelos consumidores nos postos, as refinarias da Petrobras respondem por 55%. O restante é distribuído entre os governos (29%), em forma de impostos, fornecedores do biocombustível adicional ao produto (7%) e distribuidoras (9%).

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