Casa dos Ventos quer investir R$ 2,2 bi no Estado

Para isso, a empresa aguarda os novos leilões de energia promovidos pelo governo federal

Escrito por Carol Kossling - Repórter ,
Legenda: Casa dos Ventos gasta anualmente R$ 60 milhões com manutenção dos aerogeradores de parques eólicos

Há dez anos no mercado de energia renovável, a Casa dos Ventos diversifica os negócios e deve apostar em energia solar e linha de transmissão nos próximos anos, além de se manter no mercado de energia eólica que já atua. Em 2017, apenas no Ceará, os investimentos podem chegar a R$ 2,2 bilhões em energia eólica, para uma capacidade de 360 MW, nas cidades de Tianguá, Tauá e Salitre. Em energia solar, para Tianguá, a expectativa é de aportes de R$ 800 milhões e 130 MW.

Assim, as duas fontes de energia renovável devem totalizar R$ 3 bilhões em investimentos no Estado. Para isso, a empresa aguarda os novos leilões de energia promovidos pelo governo federal. Em Tauá, o projeto já tinha ficado pronto, com questão fundiária e licença ambiental em dia, para participar do leilão em dezembro, mas houve o cancelamento do certame.

O destino deste parque será energia eólica, com investimentos de R$ 600 milhões. São aproximadamente 100 MW de capacidade com espaço estimado para 50 aerogeradores, dependendo do tamanho.

Em Salitre, o potencial é maior, 200 MW, para energia eólica, que pode ser viabilizado por R$ 1,2 bilhão. E em Tianguá, o projeto é de expansão do Complexo Eólico Ventos de Tianguá, que começou a operar em setembro do ano passado.

Já existem projetos voltados tanto para energia eólica quanto solar, pois a fazenda possui pontos planos que devem ser utilizados para a segunda fonte. O investimento apenas para eólica é de R$ 400 milhões.

O complexo, localizado em um espaço de 9 mil hectares na Serra da Ibiapaba, teve aporte de R$ 800 milhões na primeira fase e é composto por cinco usinas eólicas e 77 aerogeradores que, juntos, tem capacidade de gerar 130 MW de energia, o suficiente para abastecer aproximadamente 150 mil residências.

Leilão

"Estamos esperando anunciarem o leilão para cadastrarmos os projetos e fazermos o melhor possível para mantermos uma tarifa competitiva para conseguirmos a vitória e celebrar", declara o diretor de novos negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe. O diretor considera que o cenário para leilão está incerto. "Sem previsão, mas estamos preparados", afirma.

Araripe lembra que o Ceará foi pioneiro no desenvolvimento de energia eólica antes dos leilões em 2009. "O Estado perdeu espaço para estados como Bahia e Piauí, mas tem potencial para ser explorado. Hoje ainda existe potencial no litoral, mas tem muita coisa no interior também", ressalta.

Este ano, a Casa dos Ventos tem o objetivo de reter alguns projetos para ser plataforma de energia de fato. "A priori estamos muito focado em operar estes parques. Queremos aprender a investir nesta área para fazermos manutenção em períodos de menor ventos. Investimos em equipamentos de prevenção de falha para sermos operador por excelência", descreve o diretor de novos negócios.

Manutenção

Para operar estes parques, o custo anual é de R$ 60 milhões, a serem despendidos na manutenção dos aerogeradores. Além disso, existem investimentos necessários para subestação, redes de média tensão e outros recursos adicionais. "Para 2017, estamos focando na execução deste Complexo Ventos do Araripe III para concluir no primeiro semestre", informa. O prazo para as diversas fases do empreendimento, do ponto de vista regulatório, eram outubro de 2017, janeiro de 2018 e janeiro de 2019, mas o cronograma foi antecipado.

O diretor de novos negócios reforça que a vantagem desta antecipação é de ter o contrato de 20 anos de energia, receber por um período maior e antecipar a receita. "O foco no primeiro semestre será a otimização das operação dos parques e preparação destes projetos de leilões no segundo semestre para sairmos vitoriosos", explica.

Nesta década, a Casa dos Ventos participou do desenvolvimento de cerca de 25% de todos os parques eólicos em operação no País e instalou mais de 100 parques eólicos que totalizam a capacidade de 2,6 GW. Possui ainda, em operação, a entrada de mais 5 GW eólicos na matriz energética nos próximos dois anos. Os projetos eólicos estão localizados no Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Bahia e Piauí. Destes empreendimentos em construção, 1,5 GW foram originados e desenvolvidos pela empresa, contribuindo para a viabilização de 4,1 GW de projetos em operação ou construção no País.

Investimentos

Nos últimos três anos, a companhia investiu aproximadamente R$ 6 bilhões na execução de seus empreendimentos, gerando cerca de 7 mil empregos diretos e indiretos no período. A empresa ainda possui 15 GW para novos investimentos, o que a torna detentora do maior portfólio de projetos eólicos do Brasil.

Para os próximos 10 anos, a Casa dos Ventos pretende seguir com o compromisso de gerar energia limpa, contribuindo de forma atuante para a evolução da matriz energética brasileira.

Hidrelétrica

Além dos parques eólicos, o grupo tem uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) na Bahia. De construção antiga, quase 100 anos, ela está sendo atualizada com novas turbinas, que irão quintuplicar a capacidade de geração até março. Estão sendo investidos R$ 30 milhões. "Ainda podemos analisar algo de transmissão na mesma região de algum leilão, visando agregar valor para os projetos", finaliza.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.