51,3% do comércio preveem cortes

Escrito por Redação ,
Legenda: A menor geração de vagas no País é um dos motivos de receio do setor
Foto: Foto: Marília Camelo

Rio. A avaliação dos empresários sobre a situação da economia continuou piorando em março, e a visão geral é de que a atividade já debilitada desacelerou ainda mais, no primeiro trimestre deste ano. Com isso, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 7,7%, ante fevereiro, ao menor nível da pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), desde 2011.

O indicador migrou pela primeira vez para a zona desfavorável, abaixo de 100 pontos. "A confiança do comércio continua descendo a ladeira sem freio e no escuro", sintetizou o economista da CNC, Fabio Bentes.

Além da atividade, o emprego no setor também deve ter deterioração. Segundo a CNC, 51,3% dos empresários do comércio planejam demitir nos próximos meses. "Não vislumbramos geração de vagas no comércio neste ano", afirmou o economista. A entidade ainda trabalha com um saldo nulo, mas a perspectiva ainda pode piorar. "Obviamente não se pode descartar queda nas contratações", disse.

Revisão

Diante do quadro, a entidade já prevê uma nova revisão de sua estimativa para as vendas no varejo restrito (sem veículos e material de construção). Hoje em 1%, essa projeção deve ficar menor quando saírem os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, referentes a fevereiro. "Existe a possibilidade de termos um resultado negativo este ano. Vai depender de quão longa será a recessão na atividade. Quanto maior ela for, maiores as chances de haver uma queda nas vendas", disse.

A principal pedra no caminho dos comerciantes é o próprio ritmo da economia. Em março, 86,3% dos empresários apontaram piora no ambiente econômico. Há ainda insatisfação com o mau momento do setor, citada por três a cada quatro entrevistados. Alta dos juros, acesso mais difícil ao crédito, inflação elevada, comprometimento da renda e saldo menor de geração de vagas no País contribuem para achatar a demanda por bens.

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