172 agências fechadas no 1º dia de greve

O sindicato da categoria considera que os bancários do Estado aderiram em massa à paralisação

Escrito por Carol Kossling - Repórter ,
Legenda: Quem foi ao banco ontem teve que esperar um longo tempo em filas compridas para tentar realizar o serviço desejado
Foto: Fotos: Natinho Rodrigues

O primeiro dia da greve dos bancários contou com adesão de 172 agências bancárias públicas e privadas em todo o Estado, que possui mais de 700 agências, de acordo com o Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE). A entidade considera que a categoria aderiu em massa ao movimento que aconteceu de forma pacífica e espontânea. O presidente da Seeb-CE, Carlos Eduardo Bezerra, avalia o resultado como bom e espera que a mobilização fique ainda mais forte. "Quanto maior a adesão, mais rápido nossas reivindicações serão atendidas", explica o presidente.

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O diretor jurídico da Associação de Bancos do Estado do Ceará (Abance), Lúcio Paiva, considera que foram muitas agências paralisadas e outras tiveram atendimento precário. "Lamentamos ter sido no começo do mês, pois afeta diretamente os aposentados que têm dificuldade de acesso a operações bancárias pela internet", declara. A Abance está orientando os clientes a utilizarem o meio digital, como também casas lotéricas e postos de atendimentos. Paiva acredita que a greve seja curta em virtude das negociações que estão em andamento.

Movimentação

Na agência do Bradesco da Rua Floriano Peixoto, no Centro, mais de 15 pessoas aguardavam na fila para entrar no banco desde às 9h. Uma funcionária que preferiu não se identificar informou que a abertura estava prevista para as 10h. "O sindicato (Seeb-CE) não veio aqui e iremos funcionar", disse.

Próximo dali, no banco Santander, o bancário Rafael Castro, 34, informou que a agência ficaria fechada, mas os 38 funcionários iriam trabalhar. Cinco na própria agência, auxiliando os clientes nos caixas eletrônicos e o restante seriam alocados em outras agências. A situação se repetiu em bancos localizados na Aldeota. Na agência do Banco do Brasil na esquina da Av. Santos Dumont x Av. Desembargador Moreira, que aderiu a greve, o assistente fiscal, Ezequiel Queiroz, 24, levou 15 minutos na fila do caixa eletrônico. "A greve atrapalha, hoje tem fila e normalmente não enfrento". Ele também utiliza canais alternativos como aplicativos e internet.

Reflexo no consumo

A gerente de loja Carmem Silvia Santos arriscou a ida à agência do Itaú, na Av. Santos Dumont x com a Rua Vicente Leite teve sucesso. "Vim procurar a gerente para instalar para a loja o programa de pagamento pela internet". Ela avalia que a greve atrapalha pela quantidade de pessoas impactadas, causando atrasos nos pagamentos.

Segundo a funcionária do Itaú, Patrícia Castro, além dessa unidade, as agências das Avenidas 13 de Maio e Bezerra de Menezes funcionariam normalmente, mas não sabia dizer como seria nos demais dias.

Oficialmente, os bancos preferiram não informar quais agências estavam em funcionamento no Estado e quais aderiram ao movimento. E centralizaram os assuntos relacionados ao tema à Federação Nacional de Bancos (Fenaban), que é ligada a Federação Brasileira de Bancos.

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