Seis pacientes são contaminados com HIV após transplante de órgãos no Rio de Janeiro

O caso é considerado inédito na história do serviço no estado fluminense

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(Atualizado às 18:32)
Cientista observa frascos com amostras de sangue
Legenda: O erro teria sido cometido em dois exames feitos por um laboratório contratado pelo Governo para fazer a sorologia de órgãos doados
Foto: Shutterstock

A Secretaria da Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) investiga internamente o fato de seis pacientes que estavam na fila de transplante terem recebido órgãos contaminados pelo vírus HIV. O incidente é considerado inédito na história do serviço prestado pelo estado fluminense.

A notícia foi dada, inicialmente, pela BandNews FM, nesta sexta-feira (11). À TV Globo e ao g1, o Governo do Rio confirmou a história. O caso também é apurado pelo Ministério da Saúde, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, pela Polícia Civil e pelo Conselho Regional de Medicina.

"É uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no Estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência, e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas", comunicou a SES-RJ.

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Onde teria sido o erro?

O erro teria sido cometido em dois exames feitos pelo PCS Lab Saleme, laboratório contratado em dezembro do ano passado pelo Governo do RJ — em um processo licitatório emergencial orçado em R$ 11 milhões — para ser responsável pela sorologia de órgãos doados.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) descobriu que o local não possuía kits para a realização de exames de sangue e nem apresentou documentos que comprovassem a compra dos itens, o que levanta a suspeita de que os testes não tenham sido feitos e que os resultados tenham sido forjados.

O PCS foi interditado pela Coordenadoria Estadual de Transplantes e pela Vigilância Sanitária Estadual. 

Em nota enviada à Agência Brasil, o laboratório se referiu ao caso como "sem precedentes na história da empresa, que atua no mercado desde 1969", e disse que abriu uma sindicância interna para apurar as responsabilidades.

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Pacientes foram transplantados em janeiro

O caso foi descoberto no último dia 10 de setembro. Segundo o g1, à época, um paciente transplantado — que recebeu um coração em janeiro deste ano — buscou a rede hospitalar com sintomas neurológicos e, após exames, os médicos descobriram que ele testou positivo para o HIV — antes, não portava o vírus.

No dia 3 de outubro, outro transplantado também apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para o HIV. Como o primeiro, ele não tinha o vírus antes da cirurgia.

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