Brasil muda posicionamento na ONU e vota a favor da Ucrânia

País estava se abstendo nas votações sobre a guerra promovida pela Rússia na nação do Leste europeu

Escrito por
Diário do Nordeste e AFP producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 07:19)
Visão geral mostra os resultados da votação durante uma reunião de emergência da Assembleia Geral da ONU para discutir as anexações russas na Ucrânia na sede da ONU em Nova York em 12 de outubro de 2022
Legenda: Somente Rússia, Belarus, Coreia do Norte, Nicarágua e Síria foram contra a decisão
Foto: ED JONES / AFP

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, nessa quarta-feira (12), uma resolução condenando "a anexação ilegal" pela Rússia de quatro territórios da Ucrânia, anunciada na há duas semanas por Vladmir Putin. O Brasil, que estava se abstendo nas votações sobre a guerra no país do Leste europeu, votou a favor da condenação.

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O texto, apresentado por Albânia e Ucrânia e co-patrocinada por cerca de 70 nações, foi aprovado por ampla maioria143 votos contra cinco. Somente Rússia, Belarus, Coreia do Norte, Nicarágua e Síria foram contra a decisão. China, Bolívia, Argélia, Paquistão, Honduras e Mali se abstiveram na ocasião. 

Antes dessa votação, o Brasil vinha adotando um posicionamento neutro sobre o conflito. Conforme o portal Uol, O Itamaraty acredita que o esforço das potências ocidentais de isolar Moscou somente aprofunda a crise, rompendo canais de comunicação relevantes para buscar um acordo de paz. No entanto, a postura do governo brasileiro é considerado favorável à Putin por europeus e por americanos. 

Na semana passada, o Brasil se absteve na votação sobre a criação de um mecanismo de monitoramento dos direitos humanos na Rússia. 

O que defende a resolução?

Intitulada "Integridade Territorial da Ucrânia: Defesa dos Princípios da Carta das Nações Unidas", a resolução declara que "os atos ilícitos (referindo-se aos referendos realizados pela Rússia em Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporizhia em 23 de 27 de setembro) não têm validade alguma, nem servem para modificar, de forma alguma, o status dessas regiões na Ucrânia".

Nesse sentido, o texto pede que os Estados, organizações internacionais e agências especializadas da ONU "não reconheçam nenhuma modificação do status" dessas regiões e exige que a Rússia "revogue imediata e incondicionalmente suas decisões", uma vez que "constituem uma violação da integridade territorial e soberania da Ucrânia e são incompatíveis com os princípios da Carta das Nações Unidas."

Da mesma forma, a resolução pede que a Rússia "retire imediatamente, por completo e sem condições todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente".

Essa é a terceira derrota que a comunidade internacional inflige à Rússia na ONU desde que o país invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, e coincide com uma nova escalada dos bombardeios indiscriminados contra civis e a infraestrutura civil ucraniana.

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