Dona de loja de roupas femininas é presa no Ceará por aplicar golpes em mais de 300 clientes

A Polícia Civil recebeu Boletins de Ocorrência de vítimas do Ceará, Minas Gerais, Pará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Denúncias sobre o golpe foram reveladas pelo Diário do Nordeste, em matéria publicada em junho deste ano

Escrito por
Messias Borges e Bernardo Maciel* seguranca@svm.com.br
Três aparelhos celulares, um tablet e um notebook foram apreendidos pelos investigadores com a suspeita
Legenda: Três aparelhos celulares, um tablet e um notebook foram apreendidos pelos investigadores com a suspeita
Foto: Divulgação/ PCCE

Uma proprietária de uma loja de roupas femininas, suspeita de aplicar golpes em mais de 300 vítimas no Ceará e em outros estados, foi presa pela Polícia Civil do Ceará (PCCE), na última quarta-feira (8). Denúncias sobre o golpe foram reveladas pelo Diário do Nordeste, em matéria publicada em junho deste ano.

Mandados de prisão preventiva e busca e apreensão foram cumpridos contra a suspeita de estelionato, de 26 anos, no bairro Parque Guadalajara, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As ordens judiciais foram expedidas pelo 4º Núcleo Regional de Custódia e de Inquérito do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) e cumpridas por policiais civis do 18º Distrito Policial. 

Três aparelhos celulares, um tablet e um notebook foram apreendidos pelos investigadores. A suspeita foi levada ao 18º DP, e a Polícia Civil já pediu à Justiça pela extração dos dados dos equipamentos eletrônicos apreendidos, no intuito de identificar outras eventuais vítimas.

Segundo as investigações policiais, a mulher realizava a venda de peças de roupas por uma rede social, mas o negócio se mostrou insolúvel, quando a microempresária passou a receber os pagamentos dos clientes sem cumprir as entregas. A Polícia Civil recebeu Boletins de Ocorrência de vítimas do Ceará, Minas Gerais, Pará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Como aconteciam os golpes

Em junho deste ano, o Diário do Nordeste ouviu relatos de vítimas do Loja Marilu, uma empresa que comercializava roupas femininas e vende no varejo e no atacado. As mulheres eram moradoras de Fortaleza, Caucaia, Canindé, Jijoca de Jericoacoara, Mossoró (Rio Grande do Norte) e Pirapora (Minas Gerais).

No perfil do Instagram, a empresa colocava que era sediada em Fortaleza - CE e realizava entregas para todo o Brasil. Com site próprio e com canal de vendas e de atendimento ao consumidor (SAC), a loja passava credibilidade para os clientes, que acabavam comprando da loja.

“Eu fiz a compra no dia 27 de julho de 2023, na Loja Marilu, que até então era em Fortaleza, na publicação dizia que a entrega era imediata. Depois de finalizar a compra, recebi uma mensagem informando a mudança desse prazo para ser entregue entre 25 a 30 dias úteis. A entrega não foi cumprida, entrei em contato novamente, com muita insistência me responderam e pedi o dinheiro (R$363) de volta que foi pago através do pix. Falei que tinha o direito de receber imediatamente, e ela [a proprietária] se recusou a mandar e colocou um prazo de 120 dias para realizar o pagamento. Aceitei para não quebrar a cabeça, passaram os 120 dias e continuei sem receber meu dinheiro”, relatou uma vítima.

Uma segunda vítima contou que comprou “de 15 peças de roupas na Loja Marilu no dia 21 de março com entrega prevista para o dia dois de abril. Até o dia 26 de abril ainda não havia recebido os produtos, após muitas tentativas de contato, me responderam informando que houve atraso na produção e em cinco dias me enviaram as peças. Porém, não fizeram a entrega e tampouco o estorno das roupas que comprei”.

“Comprei algumas peças de roupas de forma online na Loja Marilu no começo de maio e que seriam entregues no dia 14 de maio, mas não foi. Tentei contato com a loja e com a proprietária, mas não consegui mais contato, nem por telefone e tampouco por mensagens”, disse uma terceira vítima ouvida pela reportagem.

*Sob a supervisão de Dahiana Araújo.

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