Cariri: Pesquisadores encontram conjunto de fósseis de mais de 110 milhões de anos, em Salitre

O conjunto engloba exemplares de camarões, peixes, conchas e um invertebrado que ainda não foi identificado

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(Atualizado às 11:25)
Legenda: Os exemplares foram achados no mês de março, embora a divulgação só tenha sido realizado nesta quinta-feira (29)
Foto: Divulgação

O ano de 2020 foi de grande importância e relevantes avanços para a paleontologia cearense. Nos últimos meses, fósseis foram descobertos, outros descritos e um deles, que estava no Rio de Janeiro, voltou ao Cariri, local onde fora encontrado. A mais novo recente feito foi anunciado nesta terça-feira (29). Pesquisadores encontraram um conjunto de fósseis no município de Salitre, na região do Cariri, próximo à Chapada do Araripe. 

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Segundo a pesquisadora e professora da Universidade Regional do Cariri (Urca), Maria Edenilce Peixoto Batista, o conjunto engloba exemplares de “camarões, peixes, conchas e um invertebrado que não conseguimos ainda identificar”. Todos eles são datados a cerca de 110 milhões de anos. Para a pesquisadora, “os fósseis nos ajudam a conhecer a evolução da vida e como era o ambiente há milhões de anos”.  

“Sabemos que era completamente diferente do que encontramos hoje. Podemos afirmar, diante dos fósseis encontrados ao longo dos últimos tempos, que o ambiente era aquático”, acrescenta Peixoto.   

A descoberta – realizada em março, mas que só agora foi divulgada – se deu em uma área com mais de 50 km de extensão, entre as localidades do Sítio Boa Sorte e Baixio do Mocó, na zona rural de Salitre. Segundo a professora Maria Edenilce, as peças ficarão no Museu de Geodiversidade de Salitre, equipamento que foi o principal articulador dos estudos paleontológicos na região.  

“Há uma lei municipal em Salitre que garante que todo e qualquer fóssil encontrado na região, deve ficar guardado no Museu da cidade. Então, vamos fazer cumprir essa normativa”, detalhou. 

Descrição  

As peças encontradas ainda não foram descritas. O trabalho, no entanto, já teve início. “É algo detalhado, muito minucioso, leva um tempo para ser concluído”, disse Peixoto, sem estimar nenhuma previsão. 

Contudo, o processo deve levar mais tempo do que o habitual devido a pandemia. “Universitários bolsistas da Urca atuam juntos aos pesquisadores, mas com as aulas remotas, esse trabalho acaba impactado. Vamos tentar retomar em 2021, com todas as medidas de segurança”, acrescentou Edenilce. 

Após ter todos os exemplares descritos, a equipe de pesquisadores escreverá um artigo a ser publicado em uma revista científica internacional “para que toda a comunidade tenha conhecimento do nosso achado”. 

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