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Lula comenta falha envolvendo avião presidencial: 'Pensei muito no que tinha feito na vida'

Episódio aconteceu no início do mês, quando o presidente e sua comitiva voltavam de uma viagem ao México

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(Atualizado às 12:33)
Lula na CBN O Povo
Legenda: Lula cumpre agenda no Ceará nesta sexta-feira (11).
Foto: Ismael Soares

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) narrou, nesta sexta-feira (11), em entrevista à rádio O Povo CBN, os detalhes do episódio em que o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) — que o transportava quando voltava de uma viagem ao México — apresentou problemas técnicos. Segundo o petista, a situação, ocorrida em 1º de outubro, serviu para todos os passageiros como um momento de reflexão.

De acordo com o chefe do Executivo, que cumpre agenda no Ceará nesta sexta, o problema foi percebido logo após embarcar na aeronave, quando, ainda na pista, preparando para decolar, o VC-1 da FAB apresentou um barulho diferente do habitual. Lula afirmou que outras situações em viagens aéreas já aconteceram com ele, mas essa foi a mais grave que viveu.

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“Quando levantou voo, aconteceu alguma coisa, porque o avião estava com o ronco diferente, trepidava muito e eu logo levantei para saber com o piloto o que estava acontecendo. Cheguei lá, a porta estava fechada, eu bati e o piloto abriu. Estavam nervosos, porque estavam vendo como sair daquela situação e falaram que assim que tivessem informação iam me passar”, descreveu.

Passado o momento inicial, os tripulantes informaram ao presidente que estavam seguros e que se tratava de uma problemática em uma das turbinas. Pelo que falou o petista, o piloto teria dito ainda que a outra turbina funcionava normalmente. A manobra iniciada, a partir dali, foi a de gastar todo o combustível para que pudessem retornar ao ponto de partida e pousar em segurança no Aeroporto da Cidade do México, capital do país latino.

“Aí ficamos lá, rodando duas horas, fazendo um oito em cima do aeroporto. Depois das duas horas eu voltei para perguntar 'Bom, e agora?'”, contou, pontuando que os tripulantes afirmaram que deveriam ficar por mais duas horas e meia naquele mesmo procedimento.

Além de Lula, estavam na aeronave naquela ocasião, dentre outras figuras, a primeira-dama Rosângela da Silva (Janja); o indicado à presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo; a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves; o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues; e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O mandatário frisou que o clima foi de preocupação. “O que aconteceu, de fato, é o seguinte: todo mundo teve tempo de repensar sua vida. Ou seja, foram quatro horas e meia que pensei muito no que eu tinha feito na vida e o que tinha para fazer. Você pensa como ser humano, o que cometeu de erro, o que cometeu de acerto, se passou pela Terra como um cara bom, como um cara ruim, o que você fez de errado”, complementou. 

“Acho que foi um momento de muita reflexão de todo mundo. Alguns com mais medo, outros mais tranquilos”, relembrou. Após o ocorrido, todos os passageiros da comitiva presidencial embarcaram em outro avião da FAB, que desembarcou na Base Aérea de Brasília no dia seguinte, 2 de outubro. 

Em decorrência do contratempo, Lula garantiu que irá adquirir outros aviões, para que ele e seus auxiliares possam ser transportados em segurança. Ele argumentou que as dimensões continentais do país demandam essa medida. “Precisamos nos preparar. Não dá para ser pego de surpresa. Pedi para que o ministro da Defesa fizesse uma proposta. Vamos comprar um avião para o presidente da República, entendendo que a ignorância não pode prevalecer”, finalizou. 

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