Análise: Brasil respirou nas Eliminatórias, mas o time ainda está longe do ideal
Brasil venceu o Chile por 2 a 1 em Santiago nesta quinta-feira (10)
A vitória contra o Chile era obrigação para a Seleção Brasileira. Ainda que o Brasil estivesse em fase ruim (em 6º), a do Chile era pior, na vice-lanterna das Eliminatórias. E quem acompanha Seleção Brasileira, lembra do velho bordão: 'está em crise, chama o Chile'. E foi exatamente o que aconteceu no estádio Nacional em Santiago: uma vitória de virada, mas sem brilho algum.
O Brasil sofreu um gol com um minuto, em falha defensiva de Danilo e do goleiro Ederson.
Como uma equipe insegura, demorou para entrar no jogo, com um meio campo nulo: André e Paquetá não jogaram nada e foram sacados no intervalo.
O setor ofensivo dependia muito de Savinho na ponta e foi com ele que o gol do Brasil saiu, aos 46 do 1º tempo, em cruzamento para Igor Jesus marcar de cabeça.
O empate era justo pelo fraco futebol apresentado das duas seleções. Era previsível que o Chile atuasse assim, já que o material humano que Gareca tem é ruim mesmo. Mas o Brasil? Poderia jogar muito melhor pelas peças que tem, mas não tem conseguido.
Falta padrão, falta ousadia aos jogadores em campo. A etapa final também foi ruim, com um futebol pobre. A vitória só veio em jogada individual de Luiz Henrique, que marcou aos 43.
Respiro?
A vitória serve para o Brasil respirar na tabela. Sobe para 4º com 13 pontos, deixando para atrás (Equador, 12), Bolívia (12), Venezuela (11) e Paraguai (10, em 8º que não dá vaga para a Copa).
Contra o Peru, na terça, no Mané Garrincha, em Brasília, mais uma vez a vitória é obrigação. O Peru é o pior time das Eliminatórias.
Dorival tem a chance, com uma equipe aliviada após essa vitória, fazer o time jogar melhor. A ausência de Paquetá - suspenso pelo 3º cartão amarelo - pode ajudar, já que ele não rende nada.
O meio campo melhorou com Gérson e Bruno Guimarães e eles devem ser mantidos. Igor Jesus de centroavante deu mais opção ofensiva, assim como Savinho foi bem. Luiz Henrique pode ser o atacante que tente algo diferente, o drible, vá para cima. Falta mais agressividade ao time brasileiro. Falta ousadia ao técnico Dorival Junior também. Raramente ele faz mudanças táticas ao longo do jogo, só de peças. Talvez a pressão por resultados iniba outras ideias do treinador.
Vamos ver se contra o Peru a equipe joga melhor e embala de vez. O Brasil ainda não está no nível de Argentina, Colômbia e Uruguai, só para ficar na América do Sul mesmo, mas pode jogar melhor pelas peças que tem e se classificar com mais tranquilidade para a Copa.