Encantos e desencantos da Canarinho
Leia a Coluna desta terça-feira (15)
Hoje, tem novamente a Seleção Brasileira em campo. E no estádio que leva o nome de um gênio do futebol mundial: Mané Garrincha. Enfrenta a seleção do Peru, que já foi derrotada pelo Brasil (0 x 1) no jogo de ida no Estádio Nacional de Lima. Está aí mais um momento para analisar o time comandado por Dorival Júnior.
Faz tempo que predominam os desencantos. Desde 2002, há 22 anos, após a bela conquista do pentacampeonato diante da Alemanha, a Seleção Brasileira não mais encantou o planeta. Somam-se os vexames. Agora mesmo, nas eliminatórias para Copa do Mundo de 2026, mais decepções estão acontecendo.
O modelo é o mesmo: mandam buscar os jogadores que se destacam nos grandes times europeus. Mas, na hora da verdade, a Canarinho volta para casa mais cedo. Agora mesmo, as dificuldades são notórias até para vencer seleções do segundo escalão das Américas.
Já está na hora de uma melhor valorização dos jogadores que atuam em times brasileiros. Ora, se há mais de vinte anos não dá certo a prática de trazer a turma que atua na Europa, por que insistir no fracassado modelo? Pelo menos para testar, interessante seria ampliar a convocação de atletas que atuam aqui na terrinha.
Gênio
O jogo programado para o Estádio Mané Garrincha abre a oportunidade para se falar um pouco sobre o genial atleta, que foi bicampeão do mundo pelo Brasil em 1958 e 1962. No tempo dele, as vitórias aconteciam naturalmente, já pela superioridade técnica. Garrincha foi genial.
Invictos
É bom relembrar que jamais o Brasil foi derrotado, quando atuou com Garrincha e Pelé juntos. Se um gênio já faz a diferença, imagine dois gênios numa só equipe. Felizes os brasileiros que tiveram a oportunidade de ver Garrincha e Pelé em ação. Eu vi. Aí era mais encanto. E bote encanto nisso.
Invictos II
Quando do velório do Roberto Dinamite, Zico fez uma declaração que eu não sabia: a Seleção Brasileira também jamais perdeu quando Zico e Roberto atuaram juntos. A meu juízo, deveriam ter sido titulares absolutos nas Copa de 1978 e 1982, mas os “geniais” técnicos Cláudio Coutinho e Telê Santana não pensaram assim. Lamentável.
Incrível
Na Copa de 1978, exatamente no jogo contra a Argentina, Cláudio Coutinho deixou Zico no banco de reservas. Entrou com Jorge Mendonça como titular. Zico só entrou aos 22 minutos do segundo tempo. Roberto Dinamite precisava dos lançamentos do Zico. Deu empate (0 x 0). Aí a Argentina “armou” com o Peru.
Errada opção
Foi pior na Copa de 1982, quando o todo poderoso Telê Santana dirigiu a Seleção Brasileira. Colocou Zico como titular. Beleza. Mas nem no banco levou o Roberto Dinamite. Telê preferiu Serginho Chulapa, que quebrou a bola contra a Itália. O Brasil perdeu e voltou para casa mais cedo.