O que o Festival Elos mostra a Fortaleza
Gratuita e grandiosa, a sexta edição do Elos marca o ano de 2024 em Fortaleza
No último fim de semana, 23 e 24 de novembro, Fortaleza viveu um momento ímpar em sua história no campo da arte e da cultura: o Festival Elos comprovou que o Ceará tem um dos mais importantes festivais de música do país.
A 6ª edição do evento foi um sucesso e aqui eu gostaria de destacar três pontos: o primeiro, claro, é sobre o público. O Elos reuniu no Aterrinho da Praia de Iracema cerca de 75 mil pessoas nos dois dias. A maioria delas - por volta de 50 mil - lotou as areias da praia para a chegada de "Caju", novo show de Liniker. Na plateia, cearenses se misturavam a outros nordestinos e pessoas de diversos lugares do país que são fãs da cantora e que esperavam por essa oportunidade.
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O segundo ponto é sobre as atrações. Além de Liniker, que tinha o show mais esperado do festival, o Elos também recebeu Alceu Valença, que é sempre uma excelente pedida. Todo mundo ama clássicos como "La Belle de Jour" e "Anunciação". Alceu chegou antecipando o grito de carnaval. E como se não bastasse a festa pernambucana por aqui, a Bahia e o Rio Grande do Norte também chegaram juntos, no show "Sustenta a pisada", com Juliana Linhares, Khrystal e Josyara.
O restante da programação ganhou meu coração. Os artistas cearenses tomaram o palco e mostraram toda a diversidade da nossa música. Tinha música instrumental, tinha samba, rap, pop, rock, R&B e, claro, muito forró, com um encontro especial de nomes incríveis: Iara Pâmella, Bete Nascimento, Dani Campello e Vanessa A Cantora. Esse encontro fortalece muito a importância da voz da mulher no forró.
O terceiro ponto é sobre a gratuidade do evento. O Elos se mostrou um festival multifacetado, com muitos shows, mas também com a necessidade de proporcionar outras experiências, como esporte, jogos, lounge, feira de empreendedorismo e uma área PCD integrada ao evento, tudo de graça. Esse processo de livre acesso e democratização da cultura é extremamente importante e isso acontece graças a leis de incentivo à cultura, como a Rouanet e o Mecenas.
Fortaleza tem necessidade de cultura e esse, sem dúvidas, é um festival de interesse público e vai muito além dos artistas e profissionais que vivem de arte. Um festival como esse movimenta a economia e o turismo, desde o pequeno empreendedor que vende caipirinha na praia aos gigantes da hotelaria. Espero que o Elos tenha vida longa, mas sobretudo, que novos elos se criem a partir disso, todos com a iniciativa de fomentar a arte e a cultura cearense.
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor