Cachorros e gatos podem ter dengue? Entenda

Aedes Aegypti é transmissor da doença popularmente chamada de 'verme do coração'

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(Atualizado às 10:51)
Legenda: Uma das principais formas de prevenção é evitar a água parada próxima dos pets
Foto: Freepik

O primeiro trimestre de 2024 vem sendo marcado por um surto de casos e óbitos de dengue em diferentes estados brasileiros. E, é claro, que a doença, muito comum entre os humanos, tem levado preocupação a vida dos tutores sobre o risco à saúde dos pets. Afinal, cães e gatos podem ter dengue? A resposta prática para essa pergunta é não. Porém, o mosquito Aedes aegypti infectado pode transmitir outra doença perigosa: a dirofilariose, conhecida como ‘verme do coração’.   

“A dengue não acomete a espécie canina e nem a espécie felina. A zika e a chikungunya também não. Mas, isso não quer dizer que não tenhamos que continuar nossa preocupação com a proliferação do mosquito. Isso porque a dirofilariose é extremamente grave e pode levar à morte do pet".
Melyssa Shimamoto
Médica veterinária no Nouvet

À coluna, a médica veterinária Melyssa Shimamoto explica ainda que essa é uma doença característica de regiões litorâneas e uma das principais formas de prevenção é evitar a água parada próxima dos pets. ”Ambientes limpos, livre de acúmulo de água, telas de proteção contra mosquitos. Isso que a gente já faz para nós, a gente deve estender para os nossos bichinhos”. 

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Mas, afinal, o que é dirofilariose?  

A dirofilariose é causada pelo parasita ‘Dirofilaria immitis’, que se aloja no coração, pulmões e vasos sanguíneos dos cães e gatos. Esses vermes são transmitidos através da picada de mosquitos infectados e, se não tratados, podem causar danos graves aos órgãos internos do animal.  

Quais os sintomas da dirofilariose? 

Os sintomas da dirofilariose podem variar, mas geralmente incluem:   

  • Dificuldade respiratória;
  • Cansaço;
  • Tosse;
  • Emagrecimento;
  • Mucosas em tons de roxo. 

Como os sinais podem ser sutis no início, é fundamental estar atento a quaisquer mudanças no comportamento ou na saúde do seu cão e procurar orientação veterinária assim que possível.

“Se ele sai para passear e fica mais cansado que o normal? Respiração dele está diferente? É importante ficar atento a estes sinais principais. O quanto antes diagnosticar, melhor vai ser a resposta do tratamento. O tutor é a peça-chave para passar as informações ao veterinário”.
Melyssa Shimamoto
Médica veterinária

Qual a prevenção para a doença? 

Para evitar a doença, a veterinária Melyssa Shimamoto conta que o primeiro passo é higienizar o ambiente onde os pets vivem. “A intenção é prevenir a proliferação do mosquito. Evite água parada, assim como fazemos com os mosquitos da dengue".

Além disso, os cuidados também incluem o uso regular de vermífugos a base de ivermectina, devendo ser prescritos pelo veterinário. E há ainda as coleiras que repelem o mosquito transmissor. E nada de usar o repelente de humanos nos pets, combinado? Existem produtos destinados aos animais.

Como é feito o diagnóstico da dirofilariose? 

O diagnóstico pode ser feito através do uso de kits rápidos dentro da clínica do médico veterinário, onde através de exames de sangue específicos serão detectados a presença de antígenos do verme do coração.   

E como é realizado o tratamento? 

O tratamento vai depender da gravidade da infecção. Não existe uma medicação específica para a parasitose. Por isso, os veterinários costumam tratar o que o animal está sentindo no momento.

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Casos de dengue no Ceará 

173 dos 184 municípios cearenses estão com taxa de incidência de casos de dengue considerada baixa ou silenciosa. As 11 cidades com maiores taxas são: Brejo Santo (alta), Tianguá (alta), Groaíras (média), Icó (média), Iracema (média), Jaguaribe (média), Jijoca de Jericoacoara (média), Milagres (média), Penaforte (média), Porteiras (média) e Senador Sá (média). Os dados estão disponíveis no novo painel “Cenário das Arboviroses no Ceará”, plataforma da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Até o dia 23 de fevereiro, o Estado contabilizava 2.728 casos notificados de dengue e 364 casos confirmados. Até o momento, não foram confirmados óbitos pela doença. 

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