Brasil lançará primeiro foguete orbital em parceria com empresa da Coreia do Sul
O palco é o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
O Brasil está oficialmente no mapa dos lançamentos espaciais comerciais. E isso está prestes a acontecer com um foguete sul-coreano, em uma base maranhense e uma equipe de 400 profissionais.
No dia 3 de novembro, começou a operação Spaceward 2025, uma missão que inicia um novo capítulo na história espacial brasileira.
Se tudo correr bem, o HANBIT-Nano vai ser lançado do céu maranhense no dia 22 de novembro às 15h no horário de Brasília.
O palco é o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e o protagonista é o foguete sul-coreano HANBIT-Nano, que vai levar cinco satélites e três experimentos para o espaço. Desta forma, trata-se de um foguete orbital, algo nunca realizado do Brasil.
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O HANBIT-Nano é um foguete de dois estágios, com quase 22 metros de altura e 20 toneladas. Usa propulsão híbrida — mistura de combustível sólido e líquido — e pode carregar até 90 quilos de carga útil. É o primeiro lançamento comercial da empresa sul-coreana Innospace, e também o primeiro feito a partir do território brasileiro.
A base de Alcântara não é novata. São mais de 500 lançamentos em quatro décadas. Mas agora, com essa operação, ela entra no jogo global dos lançamentos comerciais. Algo que se espera a bastante tempo.
A localização próxima à linha do Equador dá uma vantagem técnica: os foguetes precisam de menos combustível para atingir a órbita. Isso atrai empresas e investimentos.
São cerca de 400 profissionais envolvidos, entre militares e civis, além de 60 estrangeiros da equipe sul-coreana.
A operação é coordenada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB). A equipe é multidisciplinar: engenheiros, técnicos, médicos, bombeiros, especialistas em segurança cibernética e até pessoal de atendimento pré-hospitalar.
O que vai ao espaço
O foguete vai levar cinco satélites e três experimentos. Os satélites são pequenos, mas têm grandes missões: coleta de dados climáticos, ambientais, desenvolvimento tecnológico e educação.
Os experimentos vão testar tecnologias em ambiente de microgravidade. Entre os participantes estão a UFMA, a UFSC, a AEB e empresas brasileiras como Concert Space, Horuseye Tech e CLC. Da Índia, tem a participação da Grahaa Space com um satélite próprio.
Os satélites serão colocados em uma órbita a 300 km de altitude. Eles circularão nosso planeta em um “anel” com 40° de inclinação em relação a linha do Equador.
Esse lançamento inaugurará uma nova etapa ro setor aeroespacial do Brasil com serviços espaciais. É uma chance de gerar renda, atrair parcerias e desenvolver tecnologia nacional. E é também uma forma de mostrar que, sim, temos capacidade técnica e soberania para operar no espaço.
Já é possível ver o foguete belíssimo no canal da Innospace.