Fortaleza se recusa à desistir com empate épico, mas excesso de erros mina permanência
O time cearense empatou com o Atlético-MG em 3 a 3 nesta quarta (12)
A sensação é de que tem coisa que só acontece com o Fortaleza de 2025. Como um empate épico em 3 a 3, fora de casa, pode ter tantos sabores para o torcedor tricolor? Como o vice-lanterna não perde há cinco rodadas e ainda está com cinco pontos de distância do primeiro fora do Z-4? O martírio segue, o risco de rebaixamento só aumenta, mas o time de Palermo ainda não se entregou.
A síntese explica a igualdade com o Atlético-MG nesta quarta-feira (12), na Arena MRV. Após terminar o 1º tempo perdendo por 2 a 0, empatou com um hat-trick de Deyverson no 2º tempo. O resultado é uma epopeia, pode até ter sabor de reação, mas a realidade dura é de um placar ruim.
Pelo contexto geral, no fim, é mais uma oportunidade de consolidar a reação e sair da zona que fica pelo meio do caminho. A rodada atrasada se foi e, com 31 pontos, tem apenas mais cinco partidas.
A sequência tem: Bahia (F), Bragantino (F), Atlético-MG (C), Corinthians (C) e Botafogo (F). Os pontos desperdiçados contra Santos, Ceará e Grêmio pesam na invencibilidade, forçando uma etapa final quase exemplar, de mais vitórias, para tentar alcançar o Vitória-BA, o atual 16º colocado, com 35.
O que não pode mais acontecer
O 1º tempo do Fortaleza foi horroroso. Inofensivo, praticamente não colocou o goleiro Éverson para trabalhar, além de sofrer um gol aos 7, de Hulk, que se antecipou aos dois zagueiros na grande área. Depois, ainda sofreu outro golpe aos 46, no último lance. E foi para o vestiário com a entrevista do volante Pierre confirmando que o elenco estava “desatento”, com uma “postura ruim” em uma final.
Esse contexto é inadmissível. Para escapar, precisa de concentração em 100% da partida. Assim, o próprio grupo sabota uma reação, que todos sabem ser possível em campo, como foi no 2º tempo.
Em cerca de 52 minutos, marcou três vezes e teve mais volume de jogo, adotando mais vibração. Apesar disso, ainda concedeu novamente um gol, agora com Ávila errando a saída de bola e ainda dando quase uma “assistência” para Dudu. Logo, os obstáculos estão fora e também dentro do jogo.
O grupo deu o máximo de si mais uma vez. No entanto, não pode mais errar, o tempo disso acabou.
O trabalho de Palermo é positivo, mas o argentino é refém da campanha desastrosa. Devolver o espírito dos jogadores é essencial para ainda respirar na UTI. Agora o milagre passa pela eficiência, postura mais atenta, minimização dos erros, maior aproveitamento do ataque - tudo isso para vencer.