UFC trabalha convênio com universidade italiana para estudos das ciências do mar
Proposta avançou em evento promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais do LABOMAR
A Universidade Federal do Ceará deu um passo a mais no processo de construção de um convênio que vai expandir suas ações pelo mundo. A parceria será feita com a Universidade de Salento que fica no sul da Itália. Uma iniciativa que vai beneficiar, principalmente, aqueles que desenvolvem pesquisas voltadas para as ciências do mar.
A UFC recebeu sinais positivos dessa colaboração internacional com a realização do III Fortaleza’s Austral Speing School. Esse foi um evento on-line, a partir da capital cearense, que reuniu dezenove palestrantes, dentre eles oito brasileiros e onze estrangeiros que representaram doze instituições do Brasil e de outros países como Itália, Espanha, México e França.
O encontro foi proposto e organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais (PPGCMT) do LABOMAR/UFC, em parceria com a Universidade de Salento. Um curso no formato de “máster class” de alto nível intelectual que fortaleceu parcerias estratégicas internas e externas. “O III Fortaleza’s Austral Speing School favoreceu a possibilidade do lançamento de um processo global e transversal à UFC, de mobilidade acadêmica internacional, processo desejado por muitos estudantes e professores como forma de integração entre as comunidades internacionais, entre o Brasil e a Itália potencializando a referência internacional do Brasil”, explicou a professora doutora Maria Oziléa Bezerra Menezes, diretora do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará.
Além da UFC, participaram das discussões que focaram em questões relacionadas aos avanços nas ciências do mar, a Universidade Estadual de São Paulo, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal da Bahia e a Universidade Federal de Pernambuco. Entre as universidades estrangeiras destaque para a Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha), Universidade de Salento e Universidade de Bolonha (Itália), Universidade Politécnica de Sinaloa (México), Centro de Estudos Avanços de Blanes e o Centro Nacional da Pesquisa Científica da França.
“Durante essa Década dos Oceanos, que começa em 2021 e termina em 2030 precisamos ter um ponto de partida, uma referência internacional que a Universidade Federal do Ceará, através do LABOMAR, consiga poder participar de debates sobre os impactos sobre a biodiversidade nos oceanos e sobre conservação. O encontro foi importante por causa das experiências de profissionais que trabalham com geologia, geomorfologia, pesca, gente que trabalha em comunidades ventônicas, pessoas de diferentes origens com diferentes opiniões”, ressaltou Sergio Rossi, professor visitante do LABOMAR/ UFC.
Outro assunto colocado em foco foi o crescimento socioeconômico baseado nos recursos costeiros e oceânicos, exportação de produtos que vêm do mar para alimentação, terapêutica, cosméticos, restauração marina e a pouca profundidade. Com as entidades locais foi posto na mesa de debates assuntos como restauração profunda, biodiesel, terceira geração de microalgas e o futuro da aquicultura.
Internacionalização e ciência aberta
Segundo a professora doutora Maria Oziléa Bezerra Menezes a “internacionalização é um dos princípios norteadores da UFC. E fomenta o trabalho em rede de colaboração. Na contemporaneidade a colaboração interuniversitária é concretizada em redes formadas por grupos nacionais e internacionais de pesquisa”. O objetivo é a renovação de talentos para uma consequente
oferta curricular mais rica e adaptada aos novos tempos da era global, promovendo o compartilhamento científico e cultural.
A diretora do Instituto de Ciência do Mar citou também que o III Fortaleza's Austral Speing School operacionalizou uma plataforma para transmissão de máster classes multidisciplinares para compartilhar conhecimento gratuitamente para todo o planeta reforçando uma identidade e responsabilidade coletiva deste patrimônio científico. “A universidade pública brasileira tem um papel chave na democratização do conhecimento e na igualdade de oportunidades, na medida que as oportunidades dependem da educação, do compartilhamento de informações”, acrescentou Maria Oziléa Bezerra Menezes.