Inflação de julho alcança teto da meta, e Haddad pede cautela ao Banco Central

O ministro ainda informou que o BC "não vai corrigir inflação aumentando o juro"

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Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo producaodiario@svm.com.br
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Legenda: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, comentou sobre o aumento da inflação nesta sexta-feira (9)
Foto: Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que acelerou para 0,38% em julho e está em 4,5% no acumulado de 12 meses, o teto da meta. O titular da Pasta afirmou que já esperava o aumento da inflação e pediu, nesta sexta-feira (9), cautela ao Banco Central (BC). 

"Estamos acompanhando, tomando as medidas necessárias. O BC tem falado a respeito, o dólar teve uma queda significativa nos últimos dias e a gente espera que esses números convirjam para patamares inferiores. Nós esperávamos, em função do que está acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação deste ano. Vamos acompanhar com calma, o BC já parou os cortes (de juros) e vamos analisar com calma. Tem muita coisa para acontecer este ano ainda, sobretudo no cenário internacional. Temos que ter cautela agora", disse.

Questionado sobre as medidas de compensação da desoneração a serem incluídas na proposta de Orçamento para 2025, Haddad lembrou da decisão judicial a ser cumprida, que exige que seja apresentada fonte de receitas para bancar essa renúncia fiscal, e disse que ainda vão apresentar alternativas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de discutir o tema com o Congresso.

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O ministro lembrou que a desoneração custa em torno de R$ 27 bilhões e que isso precisa ser considerado para o governo atingir as metas fiscais já estabelecidas.

Na última terça-feira (6), o BC informou, por meio da ata de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que não irá hesitar em "elevar a taxa de juros".

'Não vai corrigir inflação aumentando o juro'

Haddad ponderou que as ações do BC para com os juros agora afetam a inflação de 2026, e pediu que ocorra paciência na tomada de decisões. 

"Você não vai corrigir a inflação de 2024 aumentando o juro. Você tem que ver a trajetória da inflação ao longo dos meses para saber qual é o remédio adequado para conter um eventual aumento de preços. Inclusive tiveram boas notícias em relação à cesta básica, preços de alimentos. Nós temos que acompanhar sem ansiedade e tomar as medidas necessárias para o Brasil continuar crescendo e a renda do trabalhador continuar subindo", disse, garantindo que o governo tomará as medidas necessárias para garantir o crescimento do País.

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