Cresce Ceará discute investimentos no agronegócio e em energias renováveis no estado

Evento contou com a participação do governador Elmano de Freitas e especialistas em diferentes campos

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Agência de Conteúdo DN producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 09:38)
Legenda: A iniciativa foi realizada no Hotel Gran Marquise na última sexta-feira (6)
Foto: LC Moreira

Com a proposta de expandir as discussões sobre os rumos do Ceará e como cada parte pode atuar para trazer mais desenvolvimento para o estado, o evento “Cresce Ceará” foi realizado na última sexta-feira (6), no Hotel Gran Marquise.

A iniciativa, desenvolvida pelo Diário do Nordeste, em parceria com o Banco do Nordeste (BNB) e a Enel, contou com dois paineis: “Agro do Ceará: tecnologia e inovação” e  “Energias renováveis e transição energética”, que tiveram a participação de especialistas de diferentes segmentos. 

O público convidado para o evento foi composto por autoridades públicas e representantes de empresas privadas ligadas aos segmentos abordados na programação.

A abertura da programação foi com palestra de Paulo Câmara, presidente do BNB, que destacou os investimentos da instituição no Ceará, além de ações como o Novo Pac e a ferrovia Transnordestina, que está em fase de obras.

Na região Nordeste, o BNB chegará a R$ 60 bilhões investidos, contou o presidente. Em relação ao Ceará, o valor é de mais de R$ 9 bilhões em financiamentos de projetos.

Em seguida, o governador Elmano de Freitas (PT) continuou a cerimônia de abertura, destacando a necessidade de ampliar as formações nas áreas de energia, como forma de aumentar a mão de obra disponível nos municípios nos quais estão localizadas as empresas. “O Ceará será um grande hub nesse país e no mundo de fornecimento de energia limpa.”

Outro destaque da fala do governador foi que o uso de drones para pulverização de agrotóxicos nas plantações do Ceará deve ser votado na Assembleia Legislativa (Alece) até o fim de 2024. A fala foi recebida com aplausos pelo público presente.

“Evidentemente, para o próprio trabalhador é muito mais digno e muito mais cuidadoso com a sua saúde se ele estiver usando o drone e não carregando nas suas costas. Por isso, acredito que faremos esse avanço no agronegócio”, disse Elmano.

Agronegócio no estado

O primeiro painel do evento, “Agro do Ceará: tecnologia e inovação”, trouxe como convidados Luiz Roberto Barcelos, fundador, sócio e diretor de Assuntos Institucionais da Agrícola Famosa, Sergio Armando Benevides, responsável pela compra de algodão da Têxtil União e da Valença Têxtil, Raimundo Reis, especialista em pecuária e Luiz Abel Amorim, Diretor de Negócios do Banco do Nordeste.

Em relação aos últimos 30 anos do setor da agricultura no Ceará, Luiz Roberto Barcelos destacou que o estado investiu em infraestrutura, o que permitiu que maiores investimentos fossem feitos. “Nós temos um porto, o Porto de Pecém, muito bem estruturado, que recebe linhas de navegação das mais importantes do mundo. E que hoje, inclusive, atrai as frutas produzidas em outras regiões nordestinas”.

Outro ponto positivo para a produção de frutas no estado, comentou Barcelos, é a disponibilidade da água em regiões como a Chapada do Apodi, que facilita o plantio das frutas. 

Já o especialista em pecuária Raimundo Reis pontuou sobre o segmento de leite no Ceará, que atualmente representa 18% dentro da produção do Nordeste. Como vantagem da indústria, ele apontou que ela pode se desenvolver até em locais de seca.

Ceará como hub de energias renováveis

No segundo painel, “Energias renováveis e transição energética”, participaram Jurandir Picanço, especialista em energia; Hugo Figueiredo, Presidente do Complexo do Pecém; José Nunes, Diretor-Presidente da Enel e Emiliano Portela, Superintendente de Negócios Atacado do Banco do Nordeste.

Em sua fala, Hugo Figueiredo destacou que a cadeia produtiva do hidrogênio verde, na qual o Ceará se posiciona como referência nacional, ainda está em processo de formação no mundo todo. Atualmente, há seis pré-contratos de produção no Complexo do Pecém, com investimentos de 6 bilhões de dólares. A expectativa é de que o valor chegue a 8 bilhões até 2030.

Segundo Jurandir Picanço, a expectativa para o início da produção efetiva de hidrogênio verde no estado deve ser entre três a quatro anos. 

Emiliano Portela, Superintendente de Negócios Atacado do Banco do Nordeste, comentou que, somente para projetos de energia fotovoltaica, a instituição aplicou 300 milhões no Ceará nos últimos anos. “Dentro do nosso projeto de crédito, a gente tem uma área que cuida da liberação, concessão de crédito. Estamos diminuindo o tempo de atendimento.”

Na fala de encerramento, Erick Picanço, diretor Comercial e Marketing do Sistema Verdes Mares, explicou que a primeira edição do Cresce Ceará é uma estratégia para abrir portas para mais diálogos.

“Temos o entendimento de que tudo que a gente comentou hoje faz parte do eldorado econômico do estado do Ceará. A gente compreende que esse diálogo (com mercado, entidades públicas e academia) é a missão do Sistema Verdes Mares, e o Cresce Ceará é a porta desse diálogo, que vai acontecer todos os anos.”

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