Cadela é flagrada várias vezes abrindo porta de casa e pegando elevador sozinha em Fortaleza
A habilidade da cachorra surpreendeu a tutora, que disse não ter a ensinado sair do apartamento
No Ceará há um caso parecido com o do cachorro que viralizou após tocar a campainha para entrar em casa, em Mato Grosso. Chamada de Cora, a cadela de 3 anos e meio consegue abrir a porta do apartamento, chamar o elevador e ir até à portaria sozinha em Fortaleza. A habilidade surpreendeu a tutora do animal, a empresária Maria Eugênia Ventura, de 31 anos.
"O primeiro episódio foi há mais ou menos 2 anos. Jantávamos na casa de uns amigos quando o porteiro me ligou, umas 23h, tomei um susto e ele disse: 'Dona Maria Eugênia, a senhora está em casa? Porque a Cora desceu o elevador e está comigo aqui, na guarita.' Eu e meu marido demos um pulo, ficamos extasiados e corremos para casa. Meus amigos só acreditam porque viram a ligação", relembra.
Ao chegar na residência, o casal revisou as imagens das câmeras de monitoramento que possuem no imóvel, para entender como Cora teria escapado e flagraram todos os detalhes da fuga.
Desde o episódio, a cadela já conseguiu escapar de casa, pelo menos, outras cinco vezes. No mês passado, Cora não só saiu do apartamento, como foi sozinha ao campo que há na propriedade para "brincar", contou Maria Eugênia ao Diário do Nordeste.
"Jamais ensinamos isso a ela. Inclusive, ainda filhote, ela abriu todas as portas da casa da minha mamãe, atrás da gente. Não existe 'não' pra ela. Quando se fala em ficar sozinha"
A tutora explica que, desde que foi adotada, em 2017, Cora sempre demonstrou não gostar de ficar sozinha. Segundo ela, a cachorra sofre de Ansiedade de Separação — distúrbio desenvolvidos por animais que sofrem de solidão quando os tutores precisam se ausentar.
"É justamente por isso que ela desce pelo elevador, ela não suporta ficar sozinha, sem ninguém, e descobriu como fazer isso. Acreditamos ser pelo fato que ela foi abandonada e tem isso gravado, sempre com medo de se repetir. Morro de pena", disse.
Maria Eugênia conheceu a cadelinha em uma feira de adoção de animais na cidade de São Paulo, na época ela e o marido moravam na capital paulista. Cora havia sido jogada no lixo, com os outros irmãos e foi resgatada. A personalidade "agoniada, e atrevida" dela chamou a atenção da tutora.
"Me apaixonei na hora e a trouxe para casa. Foi a coisa mais certa que fiz na minha vida. A Cora se apegou rapidamente a gente, e a gente a ela. Já veio com um senso de higiene maravilhoso. Mas era dramática... Desde o primeiro dia, fazia tudo no lugar certo."
Conforme Maria Eugênia, Cora não chegou a ser adestrada e sempre demonstrou possuir uma personalidade mais independente.
"Ela gosta de estar perto, mas mantendo certa distância. Mas é uma sombra minha e do meu marido, sempre juntinha. É uma neta para meus pais e sobrinha para meus irmãos. Meus amigos são loucos por ela e todo mundo do nosso prédio. Justamente pelo jeito autentico dela e gostoso de ser. Aonde vamos as pessoas perguntam: 'É a cora?' Às vezes nem conhecemos a pessoa. Eu amo esse carinho com minha filha", disse.
A tutora ainda conta que, quando possível, leva a cachorra como companheira para os lugares e até viagens.
"A sede dela pelas coisas novas, a empolgação em descobrir o mundo é sensacional. Eu não sei descrever a gratidão por tê-la em minha vida"
A relação com Cora aproximou Maria Eugênia da causa animal que, em 2018, se juntou com alguns amigos e criou o projeto Patas Juntas. A iniciativa ajuda animais resgatados a encontrarem um lar.