De abraço em oponente à rival carregada nos braços: veja exemplos do ‘espírito olímpico’ em Paris
Para além da conquista de medalhas e quebras de recordes, a competição tem registrado momentos representativos
Os Jogos Olímpicos de Paris já garantiram inúmeros momentos expressivos e de celebração para os esportistas e para os torcedores dos mais diversos países. Com atletas do mundo todo, a competição começou oficialmente no dia 26 de julho e termina em 11 de agosto. Para além da busca por medalhas e quebra de recordes, as Olimpíadas de Paris tem registrado situações emocionantes e de solidariedade.
Um deles, por exemplo, foi protagonizado neste sábado (3) por uma atleta do Brasil, que em uma espécie de “fair play” carregou no colo uma adversária que estava lesionada e precisava sair da quadra.
O Diário do Nordeste elenca 5 momentos e fatos das Olimpíadas de Paris que já garantiram memórias marcantes para a história dos jogos.
Veja também
Atleta carrega adversária nos braços
Neste sábado, na partida de Handebol feminino entre Brasil e Angola, pela última rodada da fase de grupos da Olimpíada, a atleta angolana Albertina Kassoma, após se machucar, foi carregada para fora de quadra pela brasileira Tamires.
A cena chamou atenção e gerou aplausos por parte de quem assistia ao jogo no estádio. A atleta angolana precisou sair da partida e sem forças para se retirar da quadra, precisou de ajuda. A goleira do Brasil, Gabi Moreschi, chegou a auxiliar a angolana, mas a pivô do Brasil foi mais eficaz.
No segundo tempo do jogo, vendo a situação, Tamires se direcionou até a atleta adversária e a carregou no colo, ajudando a sair de quadra. A brasileira a levou até o banco de reservas para receber atendimento médico.
Selfie de atletas da Coreia do Norte e do Sul
Outra cena emocionante foi a ocorrida no pódio das duplas mistas do tênis de mesa. Na situação chamada de “trégua olímpica”, após a premiação das duplas mistas, atletas das Coreias do Norte e do Sul tiraram uma selfie unidos ao time da China, o qual foi o campeão.
Na modalidade, o ouro foi conquistado pelos chineses Chuqin Wang e Yingsha Sun. E foi da segunda que partiu a ideia de que os vencedores fizessem a foto no alto do pódio. No momento, se juntaram a eles os norte-coreanos Jong Sik Ri e Kum Yong Kim, e os sul-coreanos Jonghoon Lim e Yubin Shin.
As duas Coreias vivem um conflito diplomático desde a década de 1950 e entre os dois, à época, foi estabelecida a Zona Desmilitarizada da Coreia (DMZ) na fronteira, que existe até hoje. A Coreia do Norte é uma dos países mais fechados do mundo.
Italiana abraça concorrente brasileira
A entre a judoca brasileira Larissa Pimenta e a italiana Odette Giuffrida, na qual a brasileira ganhou medalha de bronze na categoria até 52kg, também teve um momento que ficará marcado pelo “espírito olímpico”.
A brasileira venceu a italiana na decisão da repescagem. Após a luta, enquanto a brasileira chorava, a adversária foi até ela e a abraçou no centro do tatame e falou algumas palavras, enquanto a brasileira emocionada parecia não acreditar que acabara de conquistar a medalha de bronze. A cena chamou atenção do público.
Larissa Pimenta e Odette Giuffrida já se conhecem. A italiana, que já esteve no Brasil, fala português.
1º medalha de um país
O pugilista David Pina também garantiu um momento emocionante pelo ineditismo e representatividade. Ele garantiu a primeira medalha dos cabo-verdianos em Jogos Olímpicos. O feito aconteceu graças à vitória pelas quartas de final do boxe, na categoria masculina até 51kg.
Ele derrotou o zambiano Patrick Chinyemba em decisão unânime e, com a vaga nas semifinais de Paris 2024, já assegurou o pódio. No boxe dos Jogos Olímpicos, todos os semifinalistas garantem ao menos a medalha de bronze.
No domingo (4), David Pina vai decidir qual será a medalha. O país africano de Cabo Verde estreou nos Jogos Olímpicos em Atlanta 1996. Desde então, nunca tinha subido ao pódio.
Maior delegação de refugiados
Os Jogos Olímpicos têm a maior delegação de Refugiados da história das Olimpíadas: são 36 atletas reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Eles são de 11 países de origem diferentes.
Os membros da Equipe Olímpica de Refugiados são acolhidos por 15 confederações nacionais (Áustria, Canadá, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Israel, Itália, Jordânia, Quênia, México, Holanda, Espanha, Suécia, Suíça e EUA) e competem em 12 modalidades esportivas: atletismo, badminton, boxe, breaking, canoagem, ciclismo, judô, levantamento de peso, luta livre, natação, taekwondo e tiro.
A equipe de refugiados foi concebida em 2015 por uma parceria entre o Comitê Olímpico Internacional e a Agência da ONU para Refugiados. Os atletas refugiados, por algum motivo, foram forçados a deixar o seu país de origem e buscam asilo em países estrangeiros.
Retorno da Céline Dion ao palco
Outro momento de grande emoção ocorreu a abertura oficial dos Jogos Olímpicos e não foi protagonizado por atletas: a apresentação da cantora Céline Dion. Esse já é considerado um dos pontos marcantes na história da festa olímpica.
Uma das cantoras mais populares e premiadas do mundo, a canadense retornou ao palco em sua primeira grande apresentação desde o diagnóstico de Síndrome da Pessoa Rígida (SPR), uma condição degenerativa rara e incurável que a obrigou a deixar a carreira e a vida pública nos últimos anos.
Na abertura, Céline Dion surgiu da varanda da Torre Eiffel, ponto mais icônico de Paris, e um dos mais visitados do mundo, prestando tributo a Edith Piaf, principal nome da música francesa, com a performance do clássico ‘L'Hymne à l'amour’, (Um Hino ao Amor).