Morre Quinho do Salgueiro, ícone do Carnaval carioca, aos 66 anos

Ele tratava um câncer de próstata desde 2022

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(Atualizado às 08:46)
Quinho chegou a comandar 60 mil vozes da plateia da Sapucaí com o samba-enredo “Peguei um ita no Norte”, do Salgueiro
Legenda: Quinho chegou a comandar 60 mil vozes da plateia da Sapucaí com o samba-enredo “Peguei um ita no Norte”, do Salgueiro
Foto: Reprodução/Instagram

Conhecido nos Carnavais cariocas pelos gritos "arrepia, Salgueiro, pimba, pimba", "ai, que lindo, que lindo" e "que bonitinho", o intérprete Melquisedeque Marins Marques, mais conhecido como Quinho do Salgueiro, morreu aos 66 anos nesta quarta-feira (3). 

Ele foi uma das maiores vozes do Carnaval do Rio de Janeiro e deu vida a grandes sambas-enredo do Salgueiro. Quinho estava internado no Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador. Segundo informações do G1, a causa da morte foi insuficiência respiratória. Desde 2022, o carioca tinha câncer de próstata. 

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O nome do intérprete foi lembrado durante o último desfile pelo carro de som da escola, batizado como Quinho do Salgueiro.

Em 1993, ele comandou o coro de 60 mil vozes da plateia da Sapucaí com o samba-enredo “Peguei um ita no Norte”, do Salgueiro, conhecido pelo verso "Explode coração, na maior felicidade".

Trajetória no Carnaval

Quinho começou no bloco Boi da Freguesia, sendo convidado para compor o carro de som de Aroldo Melodia na União da Ilha do Governador, em 1988, onde ficou até 1990.

Ele foi para o Salgueiro em 1991 e foi na "Vermelho e Branco da Tijuca", que, em 1993, com "Peguei um ita no Norte", Quinho se destacou. Após um ano, voltou para a União da Ilha.

O ícone carnavalesco passou ainda por outras escolas do Rio, como São Clemente, Acadêmicos do Grande Rio, Império da Tijuca e Acadêmicos de Santa Cruz, de São Paulo, como Rosas de Ouro, e de Porto Alegre, como a Vila do IAPI. Mas foi com o Salgueiro que teve a ligação mais forte. Em 2009, interpretou "Tambor", samba com o qual a escola chegou ao nono e último título.

Por causa de divergências com a diretoria, passou um tempo afastado e tentou se candidatar à presidência da agremiação, mas teve a candidatura impugnada. Quinho retornou ao Salgueiro em 2019, quando passou a dividir o carro de som com Emerson Dias.

Veja nota da Salgueiro sobre a partida de Quinho:

Hoje o Salgueiro Chora! Com profunda emoção e um nó na garganta, comunicamos o doloroso adeus a Melquisedeque Marins Marques, nosso Quinho do Salgueiro, um gigante cuja ligação com o G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro transcendeu os limites da música e do carnaval. Quinho não foi apenas um intérprete talentoso; ele foi a voz que ecoou em cada conquista, em cada desfile, e que se entrelaçou intimamente com a alma do Salgueiro.

Desde o início, nos anos 90, quando liderou o samba “Peguei um Ita no Norte”, até seu retorno triunfante em 2003 e a gloriosa vitória em 2009 com o enredo “Tambor”, Quinho não era apenas um cantor, mas um poeta que traduzia em notas a essência da nossa escola. Seu retorno em 2018, compartilhando o microfone com Emerson Dias, foi mais do que uma volta; foi o reencontro emocionante de um filho pródigo com a casa que sempre foi sua. 

Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível. Hoje, não choramos apenas a perda de um grande artista; choramos a partida de um membro querido da nossa família.

Nossos sentimentos se estendem à família do Quinho e a todos que, como nós, compartilham uma conexão profunda com o seu legado. Que sua voz ressoe eternamente nas avenidas, nos corações dos sambistas e em cada canto do Salgueiro. Descanse em paz, Quinho, pois sua música continuará a embalar nossas almas.

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