Quase mil fósseis são oficialmente repatriados em cerimônia no Cariri

Esta é considerada a maior repatriação de fósseis da história do Brasil

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(Atualizado às 13:14)
fósseis no Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri
Legenda: Os fósseis são datados do período Cretáceo, com cerca de 90 a 110 milhões de anos, e estão no Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri
Foto: Edison Freitas/Sistema Verdes Mares

O Governo do Ceará realizou uma cerimônia de repatriação de 998 fósseis, nesta quinta-feira (28), no auditório do Geopark Araripe, na cidade do Crato, no Cariri cearense. O material retirado ilegalmente da Bacia do Araripe retornou ao Brasil após mais de 10 anos na França. De acordo com apuração da TV Verdes Mares Cariri, as peças estão avaliadas em 1 milhão de euros pela justiça francesa, e foram gastos cerca de R$ 400 mil para trazê-las de volta ao Ceará.

Os fósseis são datados do período Cretáceo, com cerca de 90 milhões a 110 milhões de anos, e já estão no Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri. Esta é considerada a maior repatriação da história do Brasil.

fósseis no Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri
Legenda: Foram gastos cerca de R$ 400 mil reais para trazer as peças de volta ao Ceará
Foto: Edison Freitas/Sistema Verdes Mares

Carlos Kleber, reitor da Universidade Regional do Cariri (Urca), destacou a grande variedade e o ineditismo do material, que conta com pterossauros, plantas, insetos, peixes e lagartos.

"Esse é um patrimônio fossilífero e um patrimônio cultural da nossa região, do nosso Estado, que estará agora à disposição dos nossos cientistas para fazer os estudos. Nós já sabemos de antemão que temos fósseis inéditos, que serão submetidos ao crivo científico dos nossos pesquisadores da universidade e do museu. E também, principalmente, para ficar à disposição da nossa comunidade, que agora poderá apreciar esse material", afirmou o gestor da universidade.

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Acesso aos fósseis

Ainda segundo o reitor, há a perspectiva de fazer uma exposição dessas peças também de forma itinerante em espaços públicos, educativos e culturais, para que toda a população possa conhecer o material.

"Os fósseis aqui da Bacia do Araripe têm a grande característica de serem raros, fósseis que nunca foram descobertos, e também, principalmente, o seu grau de preservação. Então, detalhes mínimos de animais muito delicados aparecem nos fósseis aqui preservados. Lembrando que são fósseis, animais que viveram aí há cerca de 110 milhões de anos", detalhou.

Sandra Monteiro, secretária da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, reforça que a Urca é uma universidade que mostra à população a possibilidade de se visitar patrimônios culturais, por meio do Museu de Paleontologia. "Esse museu também articula pesquisas, não só entre as universidades locais, mas com outras universidades. O Governo do Estado no Cariri, a sua ação aqui, ela está sendo mantida, estamos avançando e temos que ficar orgulhosos dessa defesa que o Estado faz por meio das suas secretarias para preservar o seu passado e o seu futuro", pontuou a secretária.

A restituição dos fósseis foi uma ação conjunta entre o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Ministério Público Federal, o Governo do Estado do Ceará e o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, ligado à Universidade Regional do Cariri (Urca), uma vinculada da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece).

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